As comemorações do Dia de Portugal, de Camões, das Comunidades Portuguesas e das Forças Armadas, como lhe chamou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no seu discurso em Braga, estão quase a terminar, mas decorrerão ainda até este domingo, em plena Avenida Central, com um conjunto de iniciativas que contribuíram para o evento ímpar, que mexeu decisivamente com Braga, o Minho e Portugal.
O ponto alto foi durante a manhã de sexta-feira, o feriado nacional de 10 de Junho, com a presença das mais altas individualidades da República Portuguesa, para além de todo o corpo diplomático acreditado em Portugal, entre os quais o núncio apostólico do Estado da Santa Sé, Ivo Scapolo, acompanhado desde o início pelo arcebispo primaz de Braga e das Espanhas, José Cordeiro, ao longo de toda a sua deslocação.
No início das cerimónias, André Ventura, sempre acompanhado pela sua segurança pessoal, sentou-se no palanque principal, sendo pouco tempo após secundado pelo deputado do Chega por Braga, Filipe de Melo Peixoto, bem como saudosamente cumprimentado pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, depois de recentemente terem sido protagonistas de uma acalorada discussão, no Parlamento.
O constitucionalista Jorge Miranda, o “pai” da Constituição da República Portuguesa, enquanto presidente da comissão organizadora das comemorações, discursou, recordando as suas raízes bracarenses, pois nasceu no centro da cidade de Braga, ainda tendo familiares residentes na Avenida Central, enquanto as sucessivas passagens das várias valências operacionais e de retaguarda dos três ramos das Forças Armadas Portuguesas com destaque para as suas respetivas forças especiais, empolgavam os milhares de populares que debaixo de sol tórrido, na Avenida da Liberdade, ou das suas varandas, aplaudiam as movimentações das tropas, a par do discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, proferido depois de Jorge Miranda.
Enquanto numa posição estática atuava a Banda do Exército, começou por desfilar a Liga dos Combatentes, seguindo-se a Banda da Força Aérea, Bloco de Estandartes Nacionais, Escola e Grupo de Comando, após o que passaram perante as tribunas de honra as Companhias do Colégio Militar e dos Pupilos do Exército, os Batalhões da Escola Naval, da Academia Militar e da Academia da Força Aérea, depois o Batalhão das Escolas de Formação, mais a Banda da Marinha e os Batalhões da Marinha, do Exército e da Força Aérea.
Houve ainda lugar para dois desfiles de forças a cavalo, ambos a cargo da Reprise de Mafra e do Colégio.
Mais de dois mil militares em desfile
Num total de mais de dois mil militares em desfile, ninguém ficou indiferente ao sobrevoo dos meios aéreos, começando pelo helicóptero Augusta-Westland EH-101 Merlin, um aparelho de dimensões médias, com as três variantes distintas e complementares, para missões diferentes, de busca e salvamento, de busca e de salvamento em combate e de sistema de fiscalização de pescas. Logo a seguir o Westland Lynx MK95, este tendo já por missão primordial a luta antisubmarina, a luta antisuperfície e a interdição de área, sendo que desenvolve ainda missões de carácter secundário, como o transporte de pessoal e de carga, reconhecimento e buscas com salvamento.
O terceiro helicóptero, que os nortenhos avistam mais vezes é o AWII9MKII, já mais conhecido por “Koala”, um aparelho monomotor, que para além de servir para a instrução básica e a avançada, faz busca e salvamento, evacuação sanitária, patrulha e observação, além de combater incêndios.
Com a chegada dos aviões, sempre no sentido entre sul e norte, o deslumbre foram os quatro Caças F-16 MLU (Lockheed Martin), que se destacam e missões de luta aérea ofensiva e defensiva, além de operações contra alvos de superfície.
O primeiro avião a sobrevoar Braga foi um Hercules C-130 (Lockheed H-30), o quadrimotor que tem por missões o transporte aéreo tático, bem como o geral, o patrulhamento marítimo, de busca e salvamento, isto associado a apoio logístico às Forças Armadas Portuguesas e Forças da NATO, para além de operações de combate a fogos florestais, entre outras missões que se desmultiplicam na prática.
O primeiro avião exibido foi o EADS C-295M, um aparelho de transporte militar de médio e curto alcance, tendo por missões transporte de tropas e de cargas, evacuações médicas, vigilância e lançamento de cargas.
Destaque ainda para o avião P-3C CUP+, um quadrimotor para luas antisubmarina e antisuperfície, busca e salvamento, mas também associado um sistema tático de missão completamente integrado, que o capacita para operar também em diversas missões de ambiente terrestre, estando equipado ainda com um sistema de autoproteção MLWS (Missile and Laser Warning System), que permite detetar ameaças e disparo de contra medidas, tendo sido todos estes aparelhos aéreos, sofisticados, sucessivamente exibidos nos céus de Braga.
O desfile das Força Motorizada fechou as exibições militares, com o Comando do Agrupamento em Marcha através de três viaturas Pandur, seguindo-se os veículos especiais, de engenharia e telecomunicações, NBQ (Nuclear, Biológica e Química), logísticas e anfíbias, as Panhard Ultrav MII, que são viaturas táticas ligeiras blindadas de reconhecimento, as Pandur II 8×8, este um veículo blindado de rodas, para garantir sempre a mobilidade tática terrestre, conferindo flexibilidade às forças médias, facultando-lhes a proteção blindada.
O que ainda acontecerá em Braga
Esta tarde, a partir das 16 horas, houve uma demonstração de inativação de engenhos explosivos, a cargo do Exército, enquanto cerca da 19 horas será a distribuição de pizzas e de pão com chouriço, pelo Exército, encerrando por este sábado as atividades diárias às 22:30.
Domingo, as atividades começarão às dez horas da manhã, com a demonstração de inativação de engenhos explosivos e capacidade de proteção contra armas químicas, pelo Exército, seguindo-se cerca das 12 horas a distribuição de pizzas e de pão com chouriço pelo Exército, havendo às 16 horas uma demonstração cinotécnica pelo Exército, terminando tudo às 18:30, ao fim de uma semana total de intensas e múltiplas atividades das Forças Armadas Portuguesas.