O bar Station Blues, em Braga, é como uma tribo que se reúne, ora em tertúlia ora em modo bailarino. De amantes dos blues e do rock and roll. Ao vivo, às sextas. Com um ramo genealógico na música jazz, com jam session às quintas, no caso a cargo do Clube de Jazz do Minho e da Escola de Jazz de Braga (com alguns alunos de música da UMinho).
É também conhecido como bar da bomba (dado ficar no espaço anexo à gasolineira da Cepsa na Variante, à saída de Braga rumo ao Porto ou às praias), e é gerido por Tarcísio Duarte, e pela mulher, Ana. Os dois espalham profissionalismo e simpatia entre a clientela, muita dela composta por amigos da velha guarda.
O espaço, aberto em 2011, é amplo e decorado com motivos motards já que Tarcísio, um deles (com longas viagens na Europa e em Cuba), tem mesmo uma loja de motas Harley Davidson no espaço contíguo.
“Já representei a marca. Atualmente faço eu tudo, vendo e sou mecânico”, diz, salientando que se inspirou nos bares de estilo norte-americanos dos Açores, que frequentou quando ali esteve na tropa.
Nos interstícios das paredes, há uma moto, um motor, placas de sinalização de cidades (europeias e americanas), capacetes e outros gadgets que os apaixonados das duas rodas gostam de colecionar.
Tarcísio é um homem de sete instrumentos, já que a bomba serve refeições – apenas com marcação prévia – e com um menu rico, como é o caso da paella prenhe de frutos do mar e temperos qb.
Tem, ainda, outro atributo de grande valia, que os amigos pedem que solte, em dias mais calmos, os que não há rock nem jazz: conta anedotas de forma exímia e no tom humoristicamente certo, com um reportório infinito de fazer inveja aos cromos dos Malucos do Riso.
O Station enche-se às sextas e sábados e tem cada vez mais melómanos, aficionados do jazz.
No primeiro caso, às sextas há concerto ao vivo com bandas nortenhas, desde as minhotas até às da zona de Aveiro, onde predomina o estilo da casa. Nesse dia, e numas boas três horas, pode-se dançar, cantar e até gritar, neste caso sem que apareça um gorila a pendurar o utente pelo pescoço e a pô-lo na rua.
Pela bomba passa uma tribo que se pode classificar de média, quer em termos etários quer de estatuto sócio-económico. Mas sem restrições: não tem porteiro nem cartão de consumo, os preços são acessíveis e é muito raro haver qualquer tipo de incidente não-musical.
Este é o segundo bar do Tarcísio. Por ele passaram músicos consagrados e multifacetados como o Firmino Neiva – que não falhava uma jam session – e que, infelizmente, faleceu recentemente. Outro músico que ali curtiu muitas horas foi o agora celebrado Mãozinhas que deliciava os presentes com a sua voz timbrada e a guitarra afinada. O saxofonista bracarense de alcunha Velhinho é também assíduo a tocar nas jams.
Curiosamente, e quando abandonou a Câmara do Porto, no final de um jantar de amigos e funcionários, o ex-líder do PSD, Rui Rio que ali tocou bateria, a pedido de várias famílias.
Apesar do sucesso, e de se dizer feliz com aquilo que tem, Tarcísio diz que o negócio é fraco, melhor, “nada de especial”.
Os clientes acham que “é o máximo”.
GO!
Av. de São Pedro de Maximinos 58, 4700-207 Braga
Telefone: 253 674 387
Aberto terça-feira, das 14:00 às 0:00, e de quarta a sábado, entre as 14:00 e as 02:00
Encerrado domingo e segunda-feira.