O vice-presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Jorge Magalhães, disse esta quinta-feira que os órgãos sociais da entidade e a tutela vão reunir em breve, para decidir o que fazer na sequência da “Operação Éter”.
Em declarações aos jornalistas em Esposende, à margem da apresentação de mais uma edição dos Domingos Gastronómicos, e questionado sobre uma eventual demissão dos órgãos sociais, Jorge Magalhães disse que todos os cenários “são compagináveis”.
“Não quero adiantar nenhum cenário porque todos eles são compagináveis”, referiu, sublinhando que o caminho a seguir tem de ser definido de uma forma partilhada pelos órgãos sociais e pela Secretaria de Estado do Turismo.
Na quinta-feira, a Polícia Judiciária deteve, numa operação com o nome de código “Éter”, cinco pessoas, entre as quais o presidente da TPNP, Melchior Moreira.
A investigação centrada no TPNP “determinou a existência de um esquema generalizado, mediante a atuação concertada de quadros dirigentes, de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto”, avançou a PJ na quinta-feira.
Com esse esquema, pretendia-se “favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de interesses de natureza particular”, referiu a polícia.
À Lusa, fonte policial disse que em causa estão crimes de corrupção, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influências, recebimento indevido de vantagem e participação económica em negócio em procedimentos de contratação pública no Norte do país.
Os restantes quatro arguidos são Isabel Castro, diretora operacional do TPNP, Gabriela Escobar, jurista daquela entidade, Manuela Couto, administradora da W Global Communication (antiga Mediana), e José Agostinho, da firma Tomi World, de Viseu.
As medidas de coação serão conhecidas na tarde de hoje, sendo que apenas Melchior Moreira continua detido.
Jorge Magalhães disse que a Comissão Executiva está à espera de conhecer as medidas de coação para depois avançar para a marcação de uma reunião alargada com os órgãos sociais e com a tutela.
“Com ponderação, com tranquilidade, vamos encontrar a solução que seja a mais compaginável”, rematou.