Uma célula convectiva que se desenvolveu sobre o mar, carregada de atividade elétrica, “foi direitinha ao Minho”, provocando algumas centenas de ocorrências de descargas elétricas atmosféricas (raios) na região, entre as 02:30 e as 04:30 da última madrugada. Nem todos os raios (trovoada) caíram na terra, mas os trovões (som) e os relâmpagos (luz) fizeram-se notar.
De acordo com o mapa interativo de descargas elétricas atmosféricas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), por volta das 02:30 deste sábado, uma imensa nuvem de trovoada entrou pelo vale do rio Ave, ‘rasgando’ os distritos de Braga e Viana do Castelo.
A ‘tempestade’ que se formou poucas horas antes no Atlântico entrou por Póvoa de Varzim e Famalicão, passou por cidades como Esposende, Viana do Castelo e Barcelos, notando-se com maior intensidade por volta das 03:50, com relatos de cidadãos que sentiram as janelas a “abanar por todos os lados” com um dos trovões nuvem-solo.
A tempestade depois acabou por se dissipar já sob solo galego.
Não é possível quantificar o número de relâmpagos que ocorreram durante o período de duas horas em que a célula passou pelo território, mas foram certamente mais de 100 descargas elétricas atmosféricas (raios), negativas e positivas.
De acordo com o mapa interativo que assinala o número de descargas elétricas negativas e positivas ocorridas durante as últimas 24 horas, foram registadas 1962 descargas positivas e 3926 negativas em todo o país, com especial incidência nas zonas de litoral.
A maior parte dos raios chegam à terra, cerca de 80%, e são, na sua grande maioria, com polaridade negativa. Os raios com polaridade positiva, por sua vez, costumam estar associados a uma maior descarga de energia.
Um raio pode chegar aos 20 quilómetros de comprimento e 40 mil quilómetros por segundo, atingindo corrente elétrica superior a 100Kamp.
A Rede de Descargas Elétricas Atmosféricas do IPMA possui cinco detetores, um deles localizado junto ao aeródromo de Braga, funciona desde junho de 2002, deteta e localiza “descargas elétricas atmosféricas (raios) no território continental e áreas oceânicas adjacentes”.