O Tribunal de Braga reinicia esta sexta-feira, dia 16, a última audiência do julgamento do ex-autarca de Braga Mesquita Machado, que está a ser julgado, com mais cinco ex-vereadores socialistas, por participação económica em negócio e abuso de poder, por causa do chamado “negócio das Convertidas”, realizado no mandato autárquico 2009/2013. A sessão deve integrar as alegações finais das partes.
O coletivo de juízes vai, também, ouvir o advogado Moura Duarte, testemunha no processo, e que pediu autorização para depor à Ordem dos Advogados, no quadro das regras de sigilo profissional. Os advogados de defesa dos arguidos não precindem do seu testemunho, pelo que o Coletivo de Juízes se viu obrigado a adiar a audiência. Que recomeça quando a Ordem responder, para hoje estavam também marcadas as alegações finais do Ministério Público e dos vários defensores dos arguidos.
Em causa está o investimento de três milhões na compra de três prédios anexos ao Convento das Convertidas, os quais tinham sido propriedade de uma firma do genro de Mesquita, o que levou o Ministério Publico a considerar que o negócia serviria apenas para a favorecer, dado que estava próxima da insolvência. O MP sustenta, ainda, que o projeto de reabilitação das Convertidas, nomeadamente para uma pousada da juventude, nem sequer tinha apoios comunitários.
Defende, ainda, que o negócio salvaria o genro, José Pedro Castro Rodrigues, e a filha que podiam ficar sem os bens pessoais, por causa de dívidas de, 2,6 milhões de euros ao BCP, e de dois milhões ao empresário Manuel Duarte.
A defesa de Mesquita Machado, e dos cinco ex-vereadores, tem tentado demonstrar que não havia qualquer interesse pessoal ou familiar no chamado “negócio das Convertidas”. Até porque, à data da compra, os três prédios, já não lhe pertenciam.