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Braga

Tribunal quer ver videovigilância para julgar caso do homem sequestrado quando foi comprar droga em Braga

Leitura do acórdão do julgamento adiado para março

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Foto: DR / Arquivo

O Tribunal de Braga adiou para março a leitura do acórdão do julgamento de dois homens por roubo, sequestro e posse ilegal de arma, crimes alegadamente cometidos contra um homem que lhes foi comprar droga para fumar um ‘charro’ ao Bairro Social de Santa Tecla e acabou roubado e sequestrado pelos dois arguidos.

O adiamento ficou decidido na segunda-feira e ficou a dever-se ao facto de terem decidido ser necessário visualizar as imagens de vídeo gravadas num multibanco, onde os arguidos foram levantar 200 euros, depois de roubaram o respetivo cartão.

A decisão final aguarda, assim, o envio das imagens, entretanto pedidas à PJ de Braga.

Conforme O MINHO tem noticiado, o Ministério Público pediu, em janeiro, no Tribunal de Braga, ao coletivo de juízes que aplique penas de prisão de cinco e de quatro anos a Jaime M. e a Rodrigo S.

A magistrada, que não indicou se entende que as penas devem ou não ser suspensas, deu os crimes como provados, considerando suficiente a prova documental e testemunhal produzida em julgamento.

Já os advogados de defesa, Pedro Miguel Carvalho e Francisco Peixoto solicitaram a sua absolvição dizendo que a acusação e o depoimento contraditório da vítima mostraram que nada ficou provado e que a acusação “é uma efabulação”.

O estranho caso do homem que diz ter sido raptado quando comprava charros em Braga

Lembraram, ainda, que um agente da PJ de Braga disse, enquanto testemunha, que a vítima, quando prestou declarações no inquérito “teve de ser chamada à terra, tais eram as contradições em que caía”.

Através daqueles advogados, os dois arguidos, demonstrar que a vítima terá inventado a estória do sequestro, para “esconder que era consumidor habitual de drogas”.

Foi fumar um ‘charro’

A acusação diz que a vítima foi comprar droga para fumar um ‘charro’ ao Bairro Social de Santa Tecla e acabou roubado e sequestrado pelos dois arguidos.

O caso ocorreu em janeiro de 2020. O consumidor, de nome José Manuel, pediu a um amigo que lhe indicasse um sítio para adquirir haxixe. Foi ter à morada, em Santa Tecla, e entrou.

Feita a transação, ao prontificar-se para pagar, exibiu um maço de notas, 700 euros ao todo. Aí, diz o Ministério Público, o Jaime pegou numa caçadeira com dois canos e apontou-lha, dizendo: “Estou a ficar tolo!”.

Ao que o ameaçado respondeu: “Tira isso, irmão!”, pedido que não surtiu efeito, já que os dois lhe exigiram a entrega do dinheiro, ao que acedeu por temer pela vida.

De seguida, tiraram-lhe a carteira e um cartão multibanco, obrigando-o a revelar o ‘pin’ de acesso. O Rodrigo foi, então, a uma caixa bancária, numa gasolineira da zona, levantou 100 euros e ainda tentou retirar mais 20, mas a conta não teve saldo. Entrou, depois, na loja de conveniência e fez compras de 7, 35 euros.

José Manuel ficou sequestrado no apartamento, sob ameaça de um martelo e de uma faca. A dupla ainda tentou sacar-lhe um outro cartão multibanco, mas este também não tinha saldo. Mais de 24 horas depois, pelas 04:00 da madrugada do dia seguinte, a vítima conseguiu fugir, por ter concluído que os dois estavam distraídos noutra sala.

Seguiu-se uma rusga da PSP que, além da caçadeira, apreendeu uma pistola modificada.

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