Tribunal manda para a ‘cadeia’ autores de ‘carjacking’ a ourives na Póvoa de Lanhoso

Cinco arguidos condenados no Tribunal de Guimarães
Foto: O MINHO

O Tribunal de Guimarães condenou, ontem à tarde, a penas de prisão efetiva cinco homens julgados pelo roubo, em fevereiro de 2018, em plena estrada, de 348 mil euros em joias, a um ourives na Póvoa de Lanhoso, e por três assaltos a armazéns. Ao todo, os assaltos renderam 400 mil.

José Eduardo Cabeças, Miguel Jacinto da Silva ( de Valongo) foram condenados, respetivamente, a 11 anos e 4 meses e a nove anos e sete meses de prisão pelo roubo ao ourives, mas foram absolvidos do crime de homicídio tentado de que estavam acusados.

Os restantes arguidos, Flávio Cabeças, Lídio Barrela vão cumprir, penas entre os cinco anos e três meses e os dois anos e dois meses, pela sua participação nos assaltos. Já José Bernardo foi condenado por posse de arma proibida, mas irá preso dado que é reincidente, tendo saído recentemente da prisão onde cumpria sete anos. Um sexto arguido foi absolvido. A prisão efetiva, no caso das penas inferiores a cinco anos deveu-se aos antecedentes criminais dos arguidos.

O grupo foi detido, em maio, pela PJ/Braga.

Apedrejados

O gangue fez quatro assaltos, em que «lucraram» 400 mil euros, o primeiro deles a Cristóvão Peixoto, funcionário da Ourivesaria Minhota, da Póvoa de Lanhoso, que vinha da feira das Caldas das Taipas, e a quem atravessaram um carro numa estrada rural em Ponte de Nasceiros, Vilela. Os larápios partiram os dois vidros do lado do condutor, ameaçaram “dar-lhe um tiro” e obrigaram-no a sair do veículo – arrastando-o pela janela. Levaram objetos em ouro no valor de 350 mil euros.

Depois do assalto, e quando fugiam em dois BMW’s, com matrículas falsas, foram apedrejados por trabalhadores que estavam numa obra e que se aperceberam do crime. Aí, dispararam cinco tiros para o ar e dirigidos aos trabalhadores, tendo um deles passado a milímetros de um deles. A seguir, tentaram incendiar um dos bmw’s, com gasolina, mas fugiram ao ouvirem as sirenes da GNR que os perseguia.

Sapatos e telemóveis

O segundo assalto foi feito em maio pelas 3h00 nas fábricas, da Asial Indústria de Calçado e da Alberto Sousa, L.da, em Vizela, de onde levaram mil pares de sapatos, a maioria da marca Eureka, valendo 30 mil euros.

Para entrar, fizeram um buraco na parede das traseiras e carregaram os sapatos.

O terceiro assalto foi a 15 de junho, pelas 04h00, na Sociedade Naturana Portuguesa Confeções, em Oliveira de Azeméis, onde penetraram após terem rebentado a porta. Lá dentro, pensaram que as forças policiais estariam a chegar, pelo que fugiram sem nada.

A 20 de maio, assaltaram um armazém da Euronics, na zona industrial de Crespos, em Celorico de Basto, – da sociedade Dário A. Almeida – tendo feito um buraco na parede. Furtaram 16 telemóveis que valem 2.945 euros.

A acusação, que teve 24 testemunhas, baseou-se ainda em escutas telefónicas e em relatórios de vigilância da PJ e da GNR.

O Tribunal decretou, ainda, que o dinheiro roubado pelos arguidos fique para o Estado. 348 mil do ourives, 30 mil dos sapatos, e 2.945 dos telemóveis.

 
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