Quatro anos depois do começo do inquérito judicial, em janeiro de 2019, o caso dos TUB- Transportes Urbanos de Braga, chega à barra do julgamento. Com cinco arguidos pronunciados por corrupção passiva e ativa: Vítor Sousa, ex-vice presidente socialista da Câmara e ex-presidente dos TUB (ao tempo de Mesquita Machado), Cândida Serapicos (vogal da administração) e Luís Vale, (diretor técnico de compras nos TUB), o ex-diretor comercial da MAN, Luís Paradinha, e a própria filial nacional da MAN- Trucks & Bus Portugal.
Os dois gestores dos Transportes bracarenses estão acusados de corrupção passiva para ato ilícito e por gestão danosa, enquanto que o ex-diretor de compras responde apenas por corrupção passiva. Os restantes dois arguidos estão acusados de corrupção ativa em prejuízo do comércio internacional. Todos eles negam os crimes.
Em 2016, o Ministério Público acusara também o administrador da MAN Patrick Gotze, de nacionalidade alemã, mas o Tribunal da Relação de Guimarães acaba de confirmar a sua não pronúncia para julgamento”.
Acrescenta que, na fase de instrução, o gestor da multinacional alemã alegou que as vendas de autocarros MAN aos TUB eram da responsabilidade de Luís Paradinha, chefe do departamento comercial, não passando por ele, dado que apenas superintendia a área financeira. A Relação concordou e validou a tese.
O mesmo sucedeu no Tribunal da Relação com Luís Vale que veio a ser despronunciado por gestão danosa, de que fora acusado. Venceu o recurso! Os três arguidos dos TUB são suspeitos de terem recebido 220 mil euros como “contrapartidas” por alegadamente beneficiarem a MAN na aquisição de 13 autocarros entre 2000 e 2008.Vítor Sousa terá recebido 226 mil euros, a vogal apenas 27.500 e o ex-diretor, 23 mil.
O preço dos autocarros era inflacionado de forma a que sobrasse uma comissão – de sete a 12 mil euros – para distribuir pelos três arguidos. A fatia maior caberia a Vítor Sousa.