Tribunal de Cerveira mudou fechadura na sede do Aero Clube do Cerval

Mas, pilotos desavindos tentam conciliação
DR

Uma magistrada do Ministério Público do Tribunal de Cerveira foi obrigada, este sábado, a mudar a fechadura da sede do Aero Clube de Cerval, no aeródromo com o mesmo nome, ordenando a mudança da fechadura da sede e o corte de um aloquete que impedia o acesso ao espaço dos hangares e à sala de convívio de pilotos.

O facto ocorreu dado que a anterior Direção não compareceu no local, após notificação para entregar as chaves- que pode não ter sido recebida- Por isso, a magistrada chamou um serralheiro para assim executar a sentença que atribui a gestão do Aero Clube do Cerval a um grupo de sócios liderado por Jorge Steyer – um piloto alemão radicado em Caminha -, considerando válidas as eleições de 2021.

Até agora, a Direção do clube era disputada por dois grupos, um deles, liderado por José Torres, que não reconhecia a assembleia-geral que elegeu Steyer, tendo, por isso, feito uma outra, em julho, que a destituiu.

O caso seguiu para o Tribunal, que deu razão à lista de Steyer, mas os outros pilotos interpuseram recurso para Relação de Guimarães, que confirmou a decisão da primeira instância.

Ontem, compareceu no aeródromo o presidente de um novo clube, entretanto, formado a partir do de Cerval, o do Alto Minho, Carlos Silva, que aproveitou para conversar com Jorge Steyer, sobre a possibilidade de um entendimento: “ficou agendada uma reunião para a semana, para que não andem disputas nos tribunais”, disseram a O MINHO os dois presidentes.

Para o início de março está agendado o julgamento da contestação feita pela anterior direção do Aero Clube de Cerval à providência caautelar que acabou por entregar a gestão a Jorge Steyer. O qual, se houver entendimento, pode nem sequer se realizar.

Para além das questões jurídicas, entre os assuntos a clarificar está o da gestão dos terrenos baldios, da freguesia de Vila Meã – onde está instalada a área dos hangares e de acesso à pista de aterragem, já que o Aero Clube do Cerval deixou de pagar a renda, o que levou o do Alto Minho a fazer um novo contrato com os compartes, para gerir o espaço.

Nasceu há 30 anos

O aeródromo nasceu há 30 anos a partir de uma pista para combate a incêndios. As câmaras já pediram a certificação para o nível 1, o que permitirá a descolagem de aviões de maior porte.

O espaço, de 20 hectares, acolhe 60 aviões, a maioria deles ultraleves, e tem outros tantos pilotos. E tem 14 hangares. É um dos maiores do país na aeronáutica amadora.

Há 30 anos, os pilotos galegos, membros do Aero Clube Meteoro, da zona de Vigo, vieram para o Cerval – porque na Galiza não há nenhum aeródromo tão amplo – e os dois clubes fundiram-se. Agora, ambas as fações negam que a disputa seja anti-espanhóis e vice-versa, dado que há pilotos galegos e portugueses em cada uma delas.

Desenvolver a aeronáutica

Os pilotos da raia do rio Minho querem desenvolver o setor aeronáutico. Conforme O MINHO noticiou, a Universidade do Minho e o Aeroclube do Alto Minho têm um acordo de colaboração que visa o desenvolvimento da aeronáutica. Já em fevereiro os alunos de Engenharia Aeroespacial fazem experiências de voo em aeronaves ligeiras e lidam com questões operacionais e meteorológicas.

Em janeiro, foi criada a AEROPLANUM – Associação Aeródromo Alto Minho/Galiza, com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, os municípios de Vila Nova de Cerveira e Valença e a CEVAL – Confederação Empresarial do Alto Minho.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados
x