O Tribunal de Braga começa, esta quarta-feira de manhã, no pavilhão desportivo de Maximinos, o julgamento de 16 arguidos, acusados de tráfico droga em Braga, Amares, Terras de Bouro, Vila Verde, Póvoa de Lanhoso, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Famalicão e Porto.
Sete dos arguidos estavam em prisão preventiva, mas passaram para domiciliária com pulseira eletrónica, por causa da pandemia.
A acusação diz que vendiam canábis(resina), heroína, cocaína e MDMA, para consumo ou revenda.
O Procurador concluiu que Gonçalo Martins, um dos principais arguidos, vendeu drogas entre 2014 e 2018, fazendo-o a partir de telefonemas com consumidores e revendedores. Para tal, usava linguagem codificada, com expressões como “tomar café, beber um fino, traz tabaco e arranja peixe”.
Para além dos telemóveis, recorriam às redes sociais, entre as quais o Messenger, o Instagram, o WhatsApp, o Snpachat e o Telegram.
Em Braga, vendiam ao lado da loja De Borla, na zona dos bares da Sé, no largo dos Bombeiros Voluntários, junto aos bares da zona da Universidade do Minho, perto da pastelaria Bracarum, numa área erma de Montariol e na Cividade. Por vezes, as vendas eram feitas em autocarros entre Braga e Vila Verde.
A investigação foi feita pelo NIC (Núcleo de Investigação Criminal) da GNR da Póvoa de Lanhoso, que procedeu a dezenas de escutas telefónicas e a vigilâncias com captação de imagens.
A GNR apreendeu quatro carros, telemóveis, tablets, computadores, drogas, dinheiro, munições e artefactos ligados ao tráfico. O MP quer que sejam declarados como perdidos a favor do Estado.
O processo conta com 161 testemunhas: 31 militares da GNR e 130 consumidores.