Vinte escolas inflacionaram as notas dos alunos do secundário, segundo uma análise da Lusa a dados do Ministério da Educação que avaliam as notas dos últimos anos e mostram que esta prática é mais habitual entre colégios.
Do concelho de Braga estão três na lista: Colégio “D. Diogo de Sousa”, Externato “Carvalho Araújo” e a Escola Secundária Alberto Sampaio. Ainda no Minho, também a Associação Cultural e Recreativa de Fornelos e a Escola Secundária de Fafe, ambas de Fafe, constam na lista. A Escola Secundária de Monção é a sexta escola incluída nesta lista de 20.
Desde o ano letivo de 2014/2015 que 20 escolas secundárias dão sempre notas mais altas do que deveriam, revelam dados do Ministério da Educação (ME) numa análise que compara as notas dos alunos pelo trabalho desenvolvido ao longo do ano em sala de aula e os resultados obtidos nos exames nacionais.
Para identificar as escolas que estão a dar notas acima do espetável, o Ministério compara as classificações internas atribuídas pela escola com as notas atribuídas por todas as outras escolas do país a alunos que tiveram resultados semelhantes nos exames nacionais.
Uma vez que este procedimento pode permitir a um aluno passar à frente no acesso ao ensino superior, desde 2019, os inspetores da Inspeção-Geral da Educação e Ciência GEC instauraram duas dezenas de inquéritos por terem sido detetadas escolas com uma concentração “de um conjunto de classificações anormalmente elevadas”, revelou o ME.
Este trabalho originou 57 processos disciplinares, dos quais cerca de duas dezenas estão em fase de conclusão, estando os restantes a correr os seus termos, segundo informações avançadas à Lusa pelo ME, que acrescentou que esse mês a IGEC iniciou um conjunto de inspeções a cem escolas secundárias.
Os dados do ME hoje divulgados mostram que em relação ao ano anterior houve um aumento de dois estabelecimentos de ensino a inflacionar as notas, passando de 18 para 20.
A lista elaborada pela Lusa mostra que inflacionar as notas continua a ser uma prática mais habitual entre os privados, já que dos 20 estabelecimentos de ensino, 15 são particulares.
Habitualmente, os alunos têm piores desempenhos quando chegam às provas. No ano passado, segundo uma análise da Lusa, registou-se uma diferença média de cerca de três valores numa escala de zero a 20.
No ano passado, a média dos mais de 25 mil exames realizados pelos alunos dos colégios foi de 12,69 valores enquanto a nota interna dada pelos professores foi de 15,15 valores.
Nas escolas públicas, a média dos quase 200 mil exames foi de 10,95 e a nota interna foi de 13,71 valores.
Mas também existem estabelecimentos de ensino que, invariavelmente, dão notas mais baixas do que os alunos mereceriam tendo em conta as medias nacionais, sendo esta uma prática mais visível entre as escolas públicas.
No ano passado, houve 14 escolas que deflacionaram as notas dos seus alunos, segundo uma análise feita pela Lusa, que revela que são menos duas do que as identificadas no ano anterior.
Escolas que inflacionaram as notas dos alunos
Colégio “D. Diogo de Sousa”, Braga
Externato “Carvalho Araújo”, Braga
Escola Secundária Alberto Sampaio, Braga
Associação Cultural e Recreativa de Fornelos, Fafe
Escola Secundária de Fafe, Fafe
Escola Secundária de Monção, Monção
Colégio das Terras de Santa Maria, Santa Maria da Feira
Escola Básica e Secundária de Santa Maria da Feira, Santa Maria da Feira
Colégio da Rainha Stª Isabel, Coimbra
Externato “Camões”, Gondomar
Colégio Paulo VI de Gondomar, Gondomar
Colégio Novo da Maia, Maia
Colégio D. Duarte, Porto
Colégio “Luso Francês”, Porto
Colégio “Nossa Senhora do Rosário”, Porto
Externato “Ribadouro”, Porto
Colégio INED – Polo II, Porto
Colégio de Amorim, Póvoa de Varzim
Colégio da Trofa, Trofa
Escola Secundária São Pedro, Vila Real