O treinador português Gonçalo Feio, que orienta o Legia Varsóvia, do escalão principal do futebol polaco, foi hoje acusado pelas autoridades locais de alegadas agressões e ameaças ao ex-presidente do Motor Lublin, seu anterior clube.
Em declarações à agência francesa AFP, uma porta-voz da procuradoria distrital de Lublin-Poludnie explicou que o técnico, de 34 anos, foi indiciado por “ferir uma pessoa e fazer ameaças contra ela”, podendo enfrentar “uma sentença de até três anos de prisão”.
Os incidentes remontam a 05 março de 2023, no final da receção vitoriosa do agora primodivisionário Motor Lublin ao Jastrzebie (2-1), da 21.ª jornada da III Divisão polaca.
De acordo com a imprensa local, o então presidente Pawel Tomczyk terá sido atingido com um objeto de plástico na zona ocular, sofrendo um corte na sobrancelha, após sair em defesa da assessora de imprensa do clube, com quem Gonçalo Feio se havia desentendido.
Na altura, o treinador português foi castigado pela Associação Polaca de Futebol (PZPN) por 12 meses, com pena suspensa durante três anos, e multado em 16.000 euros, mas manteve-se em funções, ao contrário da porta-voz e do líder máximo do Motor Lublin.
Gonçalo Feio viria a promover nessa temporada o clube do sudeste da Polónia à II Divisão, mas rumou em abril de 2024 ao Legia Varsóvia, recordista de títulos (15) e atual sexto colocado da Ekstraklasa, com 16 pontos, nove abaixo do líder isolado Lech Poznan.
Além do arranque irregular no campeonato, com apenas quatro vitórias em 11 jornadas, o emblema dos portugueses Rúben Vinagre e Claude Gonçalves ultrapassou três rondas preliminares para aceder à fase regular da Liga Conferência, na qual se estreou na quinta-feira com uma vitória na receção aos espanhóis do Betis (1-0).
A imprensa polaca deu conta de que estava agendada para hoje uma reunião entre os dirigentes do Legia e Gonçalo Feio, que já tinha passado por Varsóvia como técnico das camadas jovens e observador e deu início à carreira de treinador principal no Motor Lublin.