Trapezista acusa Victor Hugo Cardinali de agressão na Trofa

Na sexta-feira
Foto: DR

Um trapezista acusa Victor Hugo Cardinali de agressões e ameaças de morte. As agressões terão ocorrido na sexta-feira, quando o circo estava a ser montado na Trofa. O motivo terá sido a recusa do trapezista em continuar a montar o circo uma vez que estava lesionado.

Em declarações ao Jornal de Notícias, o trapezista Vítor Constant contou que o dono do circo tentou invadir a caravana onde vive com a mulher, também trapezista.

De acordo com a mesma fonte, o casal foi falar com a mulher que tratou do contrato de trabalho e foi abordado por Cardinali, que se dirigiu a Bárbara Farias, mulher de Vítor, que interveio e foi agredido.

“Na sexta-feira, enviei uma mensagem a avisar que não aguentava as dores nas mãos e cotovelos e que iria ao hospital”, aponta Vítor Constant, denunciando “cargas de trabalho pesado entre as 12 e as 16 horas diárias”.

“Somos trapezistas, trabalhamos a 12 metros de altura, sem proteção, e as mãos têm de estar bem para atuarmos em segurança. Se não, não seríamos pagos. Recebemos por cada dia de espetáculo”, acrescenta, considerando que terá sido esse o motivo da fúria do dono do circo.

Já no Instagram, Vítor Constant conta: “No passado dia 04 de abril de 2025, por volta das 11:10, eu e minha esposa recebemos golpes na nossa porta que quase foi derrubada. Tratava-se do dono do Circo, o senhor Victor Hugo Cardinali, que começou a gritar afirmando que eu não fora a casa dele conversar na semana anterior e que, por isso, quis invadir a nossa casa. Disse-lhe para se afastar e respeitar a nossa casa: ele afirmou que a casa era dele, que era ele que mandava, e continuou a empurrar a porta”.

“Quando finalmente desistiu, disse que nós estávamos expulsos do circo, que nós ‘estávamos fodidos’. Fomos então procurar a nossa contratante, Lesley – ela não estava -, e o Victor Hugo apareceu novamente, avançando desta vez na direção da minha esposa Bárbara. Enquanto ela desviava-se, eu colocava-me à frente. Ela gritava para o Victor a respeitar, e eu chamava-o de ‘anti profissional’ e de ‘agressor de mulheres’. Eu dizia que ele não é o meu dono, é dono da empresa, e que eu não sou escravo dele, e que vim apenas cumprir um contrato. Ele continuou a persegui-la, dizendo que mandava naquela casa, que estávamos fodidos, que ia matar-nos e que íamos para a rua. [Victor Hugo Cardinali] Estava mais determinado a agredir a minha esposa do que a mim. Num determinando momento da discussão, ele agarrou a mão dela, ela puxou e eu posicionei-me à frente, e foi quando ele golpeou o meu rosto e eu caí no chão ensanguentado. Ele continuou com chutos tentando pisar-me ainda mais, e eu deitado de costas no chão aguentava os seus golpes com a mão e tentava afastá-lo com os pés. Bárbara, ao ver-me no chão, foi buscar ajuda, e duas pessoas negaram-se a ajudar por conhecerem o temperamento do Victor Hugo”.

E acrescenta: “Ao tentar levantar-me do chão, recebi mais um soco na minha orelha, desta vez do Carlitos (primo do dono, que apareceu atrás de mim, e de cuja presença não tinha me apercebido até então). Entretanto, outras pessoas chegaram, e Victor Hugo decidiu pegar numa pá de catar fezes de cavalos para nos atacar”.

O casal, de nacionalidade brasileira e com contrato até outubro, saiu da Trofa com receio de represálias e, ao Jornal de Notícias, garante que vai apresentar queixa.

Até ao momento, e apesar de contactado por diferentes órgãos de comunicação social, Victor Hugo Cardinali não se pronunciou sobre as acusações.

 
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