Um grupo de trabalhadores da hospitalização privada manifestou-se, hoje, em Braga, junto às instalações do Hospital dos Lusíadas e da Casa de Saúde de São Lázaro, exigindo aumentos salariais porque – dizem – os que recebem “são muito baixos”.
“Mais de 90% dos trabalhadores, incluindo auxiliares de ação médica e administrativos, recebem apenas o salário mínimo nacional 665 euros”, disse a O MINHO; a dirigente sindical Raquel Braz.
A dirigente sindical acrescentou que, em Braga, quer o Lusíadas ou a Casa de Saúde de São Lázaro (ou ainda o grupo Trofa Saúde que tem três unidades na cidade) têm grandes lucros, mas, apesar disso, a associação patronal (APHP) recusa negociar com a FESAHT Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo e com os sindicatos quaisquer aumentos salariais para 2021, bem como as demais propostas sindicais.
“Os sindicatos tentaram negociar diretamente, empresa a empresa, mas estas também recusaram”, disse.

Já não são “casas de saúde”
A sindicalista sublinha que, hoje, “o setor da hospitalização privada não se compara com as casas de saúde existentes antes do 25 de Abril de 1974, tendo aumentado enormemente em todas as áreas, designadamente no número de atendimentos nos serviços de urgência, consultas médicas, atos complementares de diagnóstico e terapêutica, havendo atualmente a nível nacional mais hospitais privados (114) que públicos (111)”.
Acrescenta que, “também as condições de trabalho na hospitalização privada não se comparam com o setor público pois, para além dos baixos salários, os trabalhadores são vítimas de ritmos intensos de trabalho e horários violentos”.

“Os trabalhadores estão em luta por melhores salários e melhores horários, por um regime de diuturnidades que valorize a antiguidade e experiência profissional, a redução do horário de trabalho para as 35 horas e um regime de férias mais favorável”, diz o manifesto que foi entregue à população.
O MINHO tentou contactar a Associação dos Hospitais Privados, mas não o conseguiu, pelo que o fará logo que possível.