Trabalhadores de radiologia em Viana pedem reunião com empresa após rescisões

Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica
Foto: DR / Arquivo

O sindicato dos técnicos de diagnóstico e terapêutica pediu uma reunião “urgente” com a concessionária de Imagiologia na Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), para reverter a rescisão dos contratos de 17 dos 28 trabalhadores.

“A empresa que está com a concessão desse serviço enviou cartas de rescisão dos contratos a 17 dos 28 trabalhadores do serviço de Imagiologia, com efeitos a partir de 31 de março”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), Luís Dupont.

De acordo com o responsável, “hoje, em plenário de trabalhadores, ficou decidido que a reunião tem de ser marcada para a próxima semana, e se não houver, por parte desta empresa, um recuo neste despedimento, avançam as formas de luta”.

“Mais para o fim da próxima semana, teremos de tomar uma decisão se vamos avançar já para foras de protesto contra esta empresa, por causa das condições de trabalho e da rescisão dos contratos que nós consideramos que são ilegais”, disse.

Desde 2004 que serviço de Imagiologia da ULSAM é concessionado, a uma empresa, por um período de três anos.

A empresa é responsável pela gestão dos recursos humanos e manutenção dos equipamentos, sendo que os equipamentos e instalações são propriedade da ULSAM.

Há vários anos que aqueles profissionais “reclamam a integração nos quadros da ULSAM por serem responsáveis por todos os exames imagiológicos, ainda mais importantes, nesta altura, para o rastreio, acompanhamento e evolução dos doentes internados com covid-19”.

Em janeiro lançaram uma petição ‘online’, hoje com 2.249 assinaturas, que defende a “internalização do serviço de Imagiologia na ULSAM e o fim da precariedade dos trabalhadores e trabalhadoras”, daquele setor.

Atualmente está em curso um novo concurso público para a concessão do serviço, atribuído em março de 2018 e até março de 2021 à Lifefocus.

Contactado hoje pela agência Lusa, o administrador da empresa, Luís Fraga, explicou que a empresa “só fazer contratos pelo período de três anos que é a duração da concessão”.

“Não posso fazer um contrato, indefinido, quando com a ULSAM tinha um contrato por três anos”, especificou.

“Informamos os trabalhadores que tinha acabado o contrato assinado há três anos e que vigorou pelo período definido para a concessão. Não há nenhum despedimento aqui. Naturalmente, compreendemos a situação deles, tivemos o cuidado de lhes dizer isso e estamos totalmente disponíveis para reunir e, de forma concertada, ver qual é a solução”, reforçou.

O administrador da Lifefocus adiantou “estar em curso um novo concurso público internacional para a concessão do serviço para o próximo triénio”.

“Nós também concorremos e, com certeza, que se formos a entidade a quem irá ser adjudicado o serviço para os próximos três anos, naturalmente, que contaremos, novamente com todos estes colaboradores, porque tiveram uma excelente prestação”, afirmou.

O presidente do STSS, Luís Dupont disse que vai aproveitar a reunião solicitada à empresa para abordar “as ilegalidades relacionados com os direitos dos trabalhadores”.

“Existem muitas irregularidades, como falsos recibos verdes, sucessivos contratos a termo com empresas e para o mesmo objeto e para o mesmo posto de trabalho, o que no nosso entendimento é ilegal”, especificou.

O plenário foi marcado na sequência da reunião realizada, na quarta-feira, com a administração da ULSAM.

Luís Dupont afirmou que o conselho de administração se “mostrou sensível à problemática, garantindo que vai desenvolver todos os esforços para que este despedimento coletivo não se realize, de modo a que não fiquem em causa postos de trabalho nem a prestação de cuidados de saúde essenciais”.

“Por parte do conselho de administração da ULSAM vimos uma grande sensibilidade para encontrar uma solução. Estamos a falar de técnicos altamente especializados, com muita responsabilidade no que fazem e que, neste momento, recebem 700 euros por mês de remuneração base”, disse.

Constituída em 2009, a ULSAM é constituída por dois hospitais: o de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima.

Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, e serve uma população residente superior a 244 mil pessoas dos 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.

Em todas aquelas estruturas trabalham mais de 2.500 profissionais, entre eles, cerca de 500 médicos e mais de 800 enfermeiros.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados
x