Trabalhadores da APTIV em Braga manifestam-se por aumentos salariais “dignos”

Greve

Os trabalhadores da fábrica de Braga da APTIV cumpriram hoje um dia de greve e concentraram-se frente à empresa, exigindo a negociação do caderno reivindicativo que apresenta como grande prioridade aumentos salariais “dignos”.

Cândida Pereira, que trabalha naquela empresa tecnológica do setor automóvel há 32 anos, disse à Lusa que a empresa apenas que dar um aumento de nove euros, e mesmo assim só a partir de outubro.

“É hora de dizer basta, nós não somos escravos, não aceitamos levar nove euros de aumento e ainda por cima sem direito a retroativos”, afirmou.

A trabalhadora disse ainda que a luta é também por diuturnidades, prémio eventual e subsídio de turno “para todos”.

“Os trabalhadores mais antigos têm direito, os mais recentes já não têm. Isto é, simplesmente, inadmissível”, acrescentou.

Sérgio Sales, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte) disse à Lusa que o caderno reivindicativo foi entregue no início do ano à administração da APTIV.

“É verdade que se meteu a crise pandémica pelo meio, mas pensamos que já houve mais do que tempo para nos termos sentado à mesa. Infelizmente, até à data pura e simplesmente não obtivemos ainda qualquer resposta”, referiu.

Disse que os aumentos salariais para este ano foram propostos “de forma unilateral, sem qualquer negociação” com o sindicato.

“É bom frisar que não estamos a falar de uma empresa qualquer, mas sim de uma empresa que é um dos mais importantes fornecedores do setor automóvel e que regista lucros de milhões de euros”, frisou.

O sindicato exige um aumento salarial de 90 euros, a atribuição do prémio de antiguidade a todos os trabalhadores, a redução das carreiras profissionais de operador especializado e de logística e a redução gradual do horário de trabalho, com o objetivo de atingir a curto prazo as 35 horas semanais.

Perante o “silêncio” da administração, o sindicato acena já com outras formas de luta.

“Hoje damos este primeiro sinal, para a empresa refletir sobre o seu posicionamento e decidir se prefere a via do diálogo ou a via do conflito”, disse ainda Sérgio Sales.

Segundo o sindicalista, a fábrica de Braga da APTIV tem cerca de 800 trabalhadores.

A Lusa contactou a APTIV, mas não foi possível ouvir a administração.

 
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