Os trabalhadores da fábrica de Braga da APTIV cumprem hoje mais um dia de greve parcial, o quarto neste ano, para exigir um aumento salarial no valor mínimo de 100 euros, disse fonte sindical.
Em declarações à Lusa, Sérgio Sales, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte), adiantou que a empresa propõe aumentos “à volta dos 40 euros”.
“São aumentos manifestamente insuficientes, face ao disparar dos preços e do custo de vida”, referiu.
Desde o início do ano, esta é já a quarta greve parcial na empresa, que, ainda segundo Sérgio Sales, tem registado uma adesão à volta dos 85%.
“De uma forma geral, estamos a cumprir apenas metade das horas de cada turno”, referiu.
Para já, não há novas greves marcadas, mas os trabalhadores vão reunir em plenário para analisar a situação e decidir o caminho a seguir.
Além do aumento de 100 euros, os trabalhadores querem o acrescento de uma quinta diuturnidade, a aplicação das diuturnidades a todos os trabalhadores, o que não acontece desde 2013.
O pagamento a todos os trabalhadores de um subsídio de 10% e 15%, respetivamente, para os turnos fixos e rotativos é outra das reivindicações, a que se junta a redução da carreira profissional de Operador Especializado e de Operador de Logística para cinco anos e seis meses.
“Atualmente, esta carreira encontra-se em nove anos e seis meses, completamente desfasada da realidade”, refere um comunicado do sindicato.
Outras reivindicações são a redução em 30 minutos dos horários de trabalho, o fim da sexta noite do turno da noite, o pagamento da refeição na cantina não superior a 3,5 euros e a devolução do restante valor do subsídio.
“Os trabalhadores rejeitam que a empresa venha a aplicar a atualização salarial com base nos valores que lhes permita ter os benefícios fiscais anunciados pelo Governo, valores que estão longe das necessidades decorrentes do brutal aumento da inflação e da especulação que temos vivido”, acrescenta o comunicado.
Além disso, os trabalhadores “consideram um abuso que uma empresa como a APTIV, uma multinacional com lucros anuais de milhões de euros, tenha borlas do Estado enquanto mantém uma política de baixos salários e de retirada de direitos”.
Multinacional no setor de fabricantes de material elétrico e eletrónico, a APTIV tem cerca de 800 trabalhadores na fábrica de Braga.
A Lusa contactou a administração da APTIV, que se escusou a fazer qualquer declaração.