Dezenas de trabalhadores da Altice protestaram, na manhã desta quinta-feira, em Viana do Castelo, contra o despedimento coletivo de cerca de 200 funcionários. Acusam a Altice de ter “como objetivo reduzir encargos com a entrega de serviços a uma empresa ‘outsourcing’, que recorre à contratação de trabalhadores a prazo, exigindo trabalho qualificado e pagando o salario mínimo nacional”.
“Com a entrada da Altice na antiga PT, desde logo a prioridade se focou em cortar direitos e rendimentos dos trabalhadores, gerando uma instabilidade laboral permanente que persiste há sete anos em todo o universo da empresa”, critica o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual, promotor da manifestação, em comunicado enviado a O MINHO.
“A instabilidade atingiu a linha vermelha, primeiro: com uma transmissão para empresas externas de mais de uma centena de trabalhadores com graves consequências nos seus direitos, segundo: com uma transferência em figura de ‘cedência ocasional’ de cerca de dois mil trabalhadores da área técnica da MEO para uma outra empresa criada estrategicamente para o efeito, colocando estes trabalhadores numa insegurança em relação ao seu futuro, terceiro: a tomada de decisão de um despedimento colectivo que abrange mais de duzentos trabalhadores, tendo como objectivo reduzir encargos com a entrega de serviços a uma empresa outsourcing , que recorre à contratação de trabalhadores a prazo, exigindo trabalho qualificado e pagando o salario mínimo nacional”, acrescenta o documento.
O sindicato considera que “a Altice continua na destruição de direitos e emprego numa lógica de arrecadar o mais possível de lucros a entregar aos gestores e aos grandes accionistas, e desta vez o alcance da destruição é mais grave, depois de entregar a gestão dos Cuidados de Saúde à seguradora Multicare, que naturalmente procura os seus lucros, em detrimento do Sistema de Saúde para o qual foi criado, e agora segue com um ataque brutal á condição de todos os Planos de Saúde dos quais são beneficiários os trabalhadores no activo e não activo alargado a seus familiares, com a apresentação de uma proposta aos sindicatos que consiste num significativo aumento nas comparticipações a cargo dos beneficiários e simultaneamente na eliminação de um conjunto de prestação de serviços, numa clara intenção de provocar uma insustentabilidade para a capacidade económica dos trabalhadores/beneficiários em aguentar tamanha ofensiva e assim colocar em causa a subsistência da prestação dos Cuidados de Saúde”.