As 15 trabalhadoras do Centro de Acolhimento Temporário (CAT) para crianças e jovens em risco de Seixas, em Caminha, vão realizar, na terça-feira, uma vigília para exigir a continuidade daquela estrutura, disse esta segunda-feira uma das funcionárias.
Em declarações à agência Lusa, Cândida Facão explicou que “a vigília vai ter início cerca das 19:30, junto ao remo, partindo em direção ao terreiro de Caminha, onde permanecerá cerca de uma hora a uma hora e meia”.
O encerramento daquele equipamento, conhecido como CAT Benjamim, foi anunciado no início de março pela Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Viana do Castelo, responsável pela gestão daquela estrutura.
Na altura, em declarações à agência Lusa, o presidente da APPACDM de Viana do Castelo, Luiz Costa, explicou que o CAT Benjamim “é a única resposta da instituição que não é vocacionada para a área da deficiência e que acumulou, desde 2008 um défice crónico, com dívidas superiores a 400 mil euros”.
Luiz Costa revelou que “as 11 crianças e jovens em risco, atualmente a residir naquele centro vão ser encaminhadas para a resposta mais próxima” e que “algumas das 15 trabalhadoras serão recolocadas noutras respostas que a instituição tem no Alto Minho, sendo que “com outros será negociado o despedimento”, sem especificar o número de trabalhadores naquela situação.
Hoje, Cândida Falcão afirmou “não se poder decidir encerrar uma resposta social só porque é deficitária”.
Confrontada com a solução de emprego avançada, hoje, pelo presidente da Câmara de Caminha no novo Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) a criar, até final do ano, numa antiga escola de Vila Praia de Âncora, Cândida Falcão disse que “uma resposta social não invalida a outra”.
“O novo CAO que foi anunciado para Vila Praia de Âncora é uma mais-valia para Caminha que não dispõe de nenhuma resposta na área da deficiência, mas o CAT também deve continuar a funcionar”, afirmou a funcionária de 55 anos.
Cândida Falcão, trabalhadora do CAT Benjamim desde 2002, garantiu que aquela estrutura “faz falta” a Caminha e que as 15 funcionárias “não vão baixar os braços”.
Segundo o autarca socialista Miguel Alves, a criação do CAO, em Vila Praia de Âncora, com capacidade para 30 utentes, resulta de um “entendimento” estabelecido entre o município e a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Viana do Castelo.
O acordo “firmado” entre as partes surge na sequência do anúncio do fecho do CAT.
“O acordo está firmado. Estamos todos envolvidos neste novo projeto”, frisou Miguel Alves, adiantando que, em Caminha, “existem 24 cidadãos com deficiência que estão em instituições fora do concelho”.
Adiantou que a nova estrutura “vai ainda permitir absorver todas, ou grande parte” das 15 trabalhadoras do CAT Benjamim, com encerramento previsto para final de julho.
“Estas trabalhadoras iriam entrar numa situação de desemprego se não fosse possível encontrar esta solução”, reforçou, revelando que até à abertura do novo CAO, as funcionárias “terão de ser incorporadas, provisoriamente, noutros equipamentos da APPACDM, no distrito de Viana do Castelo”.
Revelou que as 11 crianças e jovens em risco, atualmente, no CAT Benjamim serão “encaminhadas” para outras estruturas.
“A Segurança Social tem os próximos três meses para encontrar outras casas de acolhimento. O que nos foi transmitido é que, no distrito de Viana do Castelo, existem vagas, três vezes superiores ao número de crianças e jovens que se encontram no CAT Benjamim”.