Todos os habitantes deste lugar em Ponte da Barca foram eternizados em azulejo

Na pequena aldeia do Barral, em São João de Vila Chã, concelho de Ponte da Barca, a união sempre fez a força. Por estes dias (quarta e quinta-feira) assinalam-se 106 anos das aparições de Nossa Senhora da Paz a um pastor que andava num monte daquele lugar. E uma das novidades do santuário que, por retalhos, ali se foi erguendo ao longo das últimas décadas, é um parque de merendas renovado, onde cada família do lugar contribuiu com uma oferta da até 150 euros para patrocinar os equipamentos. Em resultado, os nomes ficam gravados numa pedra.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Mas esse altruísmo e respetiva recompensa com notoriedade pública não é de todo novidade. Pela mesma altura em que António de Oliveira Salazar era substituído por Marcelo Caetano na liderança do país, em finais da década de 1960, a igreja finalmente avançou com a construção de um santuário no lugar do Barral para assinalar as visões do jovem pastor, relatadas antes meio século, e mais uma vez foi o povo que teve de pôr mãos à obra e ao bolso para que a empreitada fosse bem sucedida.

Uma média de 35 voluntários que se iam revezando ao longo de quase um ano de trabalhos de construção

cónego Avelino Costa

Construção de uma cripta por debaixo do adro da capela

Com uma pequena capela inaugurada em 1968 pelo arcebispo de Braga [Ponte da Barca pertencia à arquidiocese], o espaço era pouco para acolher “tantos romeiros” que ali iam cumprindo e realizando novas promessas, daí a necessidade de construir uma cripta com uma capela subterrânea. E assim foi.

Conta o cónego Avelino Costa, grande impulsionador deste santuário e fervoroso defensor de que as visões do pastor Severino Alves eram reais, que os habitantes do lugar e até da freguesia, quase todos trabalhadores agrícolas, se mobilizaram em peso para ajudar na segunda fase das obras do santuário, a construção da cripta e da capela subterrânea, com uma média de 35 voluntários que se iam revezando ao longo de quase um ano de trabalhos de construção.

painel de azulejo dedicado ao pastor severino alves.

Obras começaram a 02 de julho de 1970 e terminaram em maio de 1971

Como agradecimento, ainda hoje permanece na cripta um painel de azulejos onde estão retratadas não só as pessoas que ajudaram na construção mas todos os habitantes daquele lugar, que ficam assim perenemente lembrados perante todos que ainda hoje visitam o local.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
Cripta da Senhora da Paz é decorada com diferentes painéis de azulejo

As obras começaram a 02 de julho de 1970 e terminaram em maio de 1971, há precisamente 52 anos, data de benção da cripta que foi dedicada ao Coração de Jesus.

Nas restantes paredes da cripta existem outras representações em painéis de azulejo, como a Última Ceia, aparições em Paray-le-Monial, Lourdes, Fátima e Banneux, os santuários da Peneda, Sameiro e Vila Viçosa, a inauguração da capelinha de Nossa Senhora da Paz e ainda dois painéis (de 0,90m X 1,80m) cada um com um anjo a saudar a Virgem Maria.

 
Total
0
Partilhas
Artigo Anterior

Se escolheu 1, 2, 3, 4, 6 + 7 nos números do Totoloto então ganhou o 'jackpot'

Próximo Artigo

Chave 1,2,3,4,6+7 no Totoloto escolhida por 4 apostadores (ganharam 3 milhões)

Artigos Relacionados
x