Todas as manhãs o caos instala-se no trânsito à porta desta escola em Guimarães

EB1 + JI de Mascotelos
Foto: Rui Dias / O MINHO

Na Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância de Mascotelos, instala-se todas as manhãs o caos no trânsito. A situação é tão grave que o autocarro, por vezes, entra na rua de marcha atrás.

A Escola, que serve cerca de 150 alunos, fica na rua da Liberdade, uma via estreita, com forte declive, sem passeio e que termina na entrada para uma empresa têxtil. De manhã, entre as 08:00 e as 09:00, juntam-se os carros dos trabalhadores com os dos pais que vêm trazer os filhos. À medida que os professores e auxiliares vão chegando, à falta de outro estacionamento, vão encostando as viaturas na beira da estrada. A rua que já é estreita, fica impraticável para dois carros se cruzarem.

“Muitos dos alunos que estão aqui colocados nem sequer são da freguesia, vêm de longe, por isso os pais recorrem muito ao carro. Ao mesmo tempo, muitas das crianças daqui da zona vão, por exemplo, para Silvares”, explica um pai que deixa o carro à entrada da rua e faz os mais de 50 metros a pé para entregar o filho na porta da escola. “Se entrar na rua, corro o risco de ficar preso e depois não conseguir sair. Como já aconteceu várias vezes, agora, para não chegar atrasado ao emprego, venho a pé. Mas quando chove é muito mau, porque a rua também não tem passeios”, queixa-se.

Na beira da rua há uma valeta para as águas pluviais. Sem passeio e sem qualquer resguardo em frente ao portão da escola, a saída e a entrada dos alunos é feita para esta valeta. “Em dias de chuva, com a inclinação da rua, isto é um rio. As crianças começam o dia com uma prova de salto em comprimento”, ironiza o pai.

O problema agrava-se quando o autocarro, de grandes dimensões, que traz cerca de 10 crianças, entra na rua. Entra apertado entre os carros estacionados e o muro da escola e, de seguida, o motorista tem que fazer malabarismos para conseguir virar o gigante, valendo a entrada da empresa têxtil. Há motoristas que já não entram de frente, para não terem este problema, metem o autocarro de marcha atrás na rua.

“Não se compreende como é que mandam um autocarro deste tamanho para transportar 10, 12 crianças no máximo. Se mandassem um autocarro mais pequeno, não resolvia o problema, mas era mais fácil”, diz uma mãe, enquanto vai fazendo marcha atrás para permitir a passagem do autocarro.

É que, enquanto o autocarro dá a volta, a rua enche-se de carros e, depois, a única forma de o autocarro sair é os carros irem recuando até à entrada da rua. Quando o autocarro se encontra com um camião a entrar ou a sair da têxtil, “é o fim do mundo, fica tudo parado”.

Foto: Rui Dias / O MINHO

“Os responsáveis da Têxteis Penedo são compreensivos e às vezes, quando sabem que os camiões estão a chegar, pedem-lhes que esperem”, afirma Ludmila Teixeira, presidente da Associação de Pais.

A solução para o problema está ali mesmo à vista. Do lado oposto da rua está um terreno devoluto que permitiria alargar o arruamento e construir passeios, ao lado da escola, há outra fração de terreno que poderia servir para construir um parque de estacionamento para professores e funcionários.

“Foi uma promessa eleitoral, em 2017, mas até agora nada”, queixa-se a representante dos pais. Esta Escola ganhou outra importância desde que, em 2013, foi fechada a de Santiago, passado a concentrar mais alunos, mas sem que a infraestrutura viária acompanhasse o acréscimo da procura.

Em fevereiro de 2020, a Associação de Pais promoveu um abaixo-assinado que enviou para diversas entidades, entre as quais o Governo e o Presidente da República. “Recebemos resposta de todas elas, menos da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia”, lamenta a presidente. “Apesar de esta obra ter sido bandeira eleitoral e de o executivo ter sido questionado, ao longo dos quatro anos do mandato, em todas as Assembleias de Freguesia, continuamos na mesma”, protesta a presidente da Associação de Pais.

 
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