Declarações dos treinadores após o Vitória – Benfica (0-1), jogo da 15.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Guimarães:
Ivo Vieira (treinador do Vitória): “A equipa que faz mais golos acaba por ganhar. A injustiça e a justiça andam muitas vezes muito próximas. Fizemos muito para obter o resultado. Atacámos muito a baliza do Benfica e tivemos mais oportunidades do que o Benfica.
Em termos estratégicos, o comportamento dos jogadores foi muito aceitável perante o primeiro classificado do campeonato. A equipa interpretou bem o jogo. Obrigámos o Benfica a perder algum tempo na parte final do jogo. É de louvar a casa [27.291 espetadores] que tivemos aqui. Tivemos vitorianos a tentar alavancar a equipa. Os jogadores lutaram muito por outro resultado. Não conseguimos, mas a equipa deu indicadores que pode conseguir coisas boas para a frente. Quem vai beneficiar com isso é o Vitória.
A equipa cresceu nessa competição. Percebeu a exigência de cada um dos jogos. Gosto de agarrar o ‘touro pelos cornos’ e assumir a responsabilidade, mas temos muitos jogadores que precisam de uma margem de crescimento e que têm de a ter. Com o Ivo Vieira ou outro treinador qualquer, precisamos de dar espaço para os jogadores crescerem. Estamos ao nível dos ‘grandes’ em muita coisa, mas falta estar nos resultados. O Benfica tem eficácia e faz um golo. Nós não fazemos. Depois, o Benfica tem um poder económico, capaz de contratar jogadores com qualidade de execução que o Vitória não pode. Para ombrearmos com estas equipas, temos de continuar a caminhar.
O Benfica nunca sentiu que tinha o jogo ganho, nem seguro. Poderíamos ter empatado o jogo. Os atletas não têm responsabilidade pelo comportamento dos adeptos. As paragens quebraram o jogo, mas não posso criticar [a equipa adversária] nesse sentido.
Relativamente a lances que podem causar desconforto, temos de estar no futebol de forma diferente. Não comento o trabalho dos outros [do árbitro Nuno Almeida, relativamente a um possível penálti de Rúben Dias sobre Davidson]. É o princípio que tenho enquanto treinador”.
Bruno Lage (treinador do Benfica): “Defrontámos uma grande equipa que joga muito bem. Já a tínhamos defrontado para a Taça da Liga e hoje estava a jogar em casa, perante o seu público. Foi um jogo muito competitivo, equilibrado. Estou satisfeito pelo que foi o jogo. Somos uns justos vencedores pelo golo que marcámos. Estamos satisfeitos pela reentrada a vencer, num estádio difícil, perante um adversário competente que nos obrigou a defender bem. Estamos satisfeitos com os três pontos.
A justiça dos resultados é sempre a de quem marca. O Vitória teve duas oportunidades para marcar. Nós também tivemos duas ou três bolas muito boas. O mais importante foi conseguido.
Faz precisamente um ano que tínhamos uma desvantagem de sete pontos [para o FC Porto, no campeonato de 2018/19]. É muito prematuro fazer esse tipo de análises [quanto à importância do duelo entre Sporting e FC Porto, no domingo]. O mais importante é continuar a nossa evolução. Fizemos a reentrada que queríamos e vamos manter-nos focados.
Coloquei [o Samaris] para refrescar [a equipa] e para alterar [o meio-campo]. Fomos constantemente alternando a forma de pressionar. Senti que, naquele momento, tínhamos de trocar o Chiquinho. O Samaris deu-nos mais equilíbrio na zona central. O Vitória estava a criar-nos muitos problemas, com muita gente no centro e dois homens à largura, com espaço. Com três médios, ficámos muito mais confortáveis.
Preparamos sempre os jogos nos vários momentos. Em termos ofensivos, podemos e devemos fazer melhor. Fomos um pouco previsíveis na nossa construção, embora também pela pressão do nosso adversário. Fomos pouco para o corredor esquerdo. Não dividimos muito o jogo. O Vitória pressionou mais a direita e teve sucesso nesse capítulo. Tínhamos de defender assim contra uma equipa que constrói bem. Os nossos dois alas fizeram um trabalho fantástico no apoio à defesa.
Sobre os árbitros, nunca falei e não vou falar agora.
É de lamentar as interrupções, provocadas quer por um lado, quer por outro. Os jogadores querem jogar e senti-os aborrecidos quando isso aconteceu. Estávamos a assistir a um jogo competitivo, com duas equipas a quererem bola”.