O candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves destacou hoje, em Valença, os “bloqueios” que existem no Ensino Superior e apontou como “positivo” as escolas manterem-se abertas neste novo confinamento. Destacou também o trabalho do IPVC através da Escola Superior de Ciências Empresariais, afirmando que fora das grandes cidades também “há história de sucesso”.
Depois de um corte de cabelo num barbeiro, no Porto, onde aproveitou para alertar para as dificuldades destas atividades que vão fechar a partir de sexta-feira, por causa do novo confinamento anunciado pelo Governo, o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal (IL) quis destacar um exemplo positivo de ensino e investigação fora dos grandes centros urbanos.
As escolas vão permanecer abertas, um aspeto que Tiago Mayan classificou como “positivo e importante”.
Ao quinto dia de campanha, o candidato subiu a Valença, junto à fronteira com Espanha, para visitar a Escola Superior de Ciências Empresariais.
“Para ressaltar que fora dos grandes centros urbanos há investigação, há Ensino Superior, há contacto com o tecido económico e social da região e há história de sucesso”, sustentou.
Para o candidato à Presidência da Republica, “esta escola tem sido um exemplo”.
Tiago Mayan aproveitou para alertar para os problemas que se enfrentam no Ensino Superior e considerou a questão da autonomia “como absolutamente determinante”.
Nesse aspeto, defendeu que as instituições de ensino superior públicos ou privadas deveriam ser “muito mais autónomas nas suas decisões de definição de projeto educativo, mas suas decisões quanto aos critérios de admissão de estudante, na sua capacidade de contactarem com o tecido económico e social e local e readaptarem, de forma flexível e imediata, os seus cursos a essa realidade”.
O candidato liberal apontou os “bloqueios no Ensino Superior”, nomeadamente o “próprio acesso” a esses estabelecimentos que “depende, hoje em dia, de um único critério numérico que são exames”.
“As escolas que queiram definir projetos educativos deveriam também poder definir critérios de admissão próprios e este é um bloqueio à partida. Há também bloqueios de adaptação e flexibilização dos próprios cursos”, afirmou.
Por fim, elencou o “bloqueio à saída que é a empregabilidade e a possibilidade de os jovens saírem com curso e terem oportunidades de emprego”.
“Dentro do que é possível esta escola tem demonstrado uma enorme capacidade de adaptação e de flexibilidade e de contacto com o terreno e, por isso, tem demonstrado com números de sucesso em termos de empregabilidade e de atração de estudantes”, salientou.
Apesar das escolas se manterem abertas, o candidato apontou “um efeito lateral que é o problema do dano económico e social que está a ocorrer no país e que também impede a criação de oportunidades para quem vá sair destas escolas”.
Uma realidade que já se sente nesta escola, frisou, nomeadamente na dificuldade de os alunos acederem a estágios.
À entrada do edifício foi preciso passar por um tapete para desinfetar o calçado e higienizar as mãos e na visita à escola o candidato foi acompanhado apenas por dois responsáveis da instituição.
Na Escola Superior de Ciências Empresariais estudam cerca de 550 alunos distribuídos por quatro licenciaturas, dois mestrados, duas pós-graduações e três cursos tecnológicos.
Na área das ciências empresariais e de contabilidade a empregabilidade dos alunos que terminam aqui o curso é de quase 100%.
As novas medidas tomadas pelo Conselho de Ministros para controlar a pandemia de covid-19, entre as quais o dever de recolhimento domiciliário, entram em vigor às 00:00 de sexta-feira.
Segundo António Costa, as exceções que já existiram em março e abril manter-se-ão, “com uma exceção que se prende com o calendário democrático das eleições presidenciais do próximo dia 24 de janeiro e com a necessidade” de não “sacrificar a atual geração de estudantes”, mantendo o “pleno funcionamento dos estabelecimentos educativos.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).