Têxtil falida de Guimarães em leilão por 7 milhões

Be Stitch
Têxtil falida de guimarães em leilão por 7 milhões
Foto: Leilosoc

A totalidade – bens móveis e edifício – da Be Stitch, empresa têxtil de Guimarães que faliu em 2024, está à venda em leilão eletrónico por mais de sete milhões de euros, foi hoje anunciado.

Em comunicado enviado a O MINHO, a leiloeira responsável, Leilosoc, explica que, “após uma primeira tentativa de venda para os bens móveis da Be Stitch, através de leilão presencial em outubro de 2024, a estratégia atual conjuga os ativos das duas insolventes, incluindo o imóvel onde laborava a Be Stitch”.

Assim, até 22 de julho está em leilão eletrónico a unidade industrial completa, incluindo os bens móveis da Be Stitch – Indústria Têxtil e o imóvel da HCOR – Sociedade Unipessoal Lda, onde laborava a empresa. Em causa está o armazém e duas unidades de produção: tinturaria e acabamentos, e tecelagem e confeção/logística.

Terreno com 17.550 m²

Localizado no Parque industrial de Mide, em Lordelo, Guimarães, o armazém tem uma área bruta de construção de 9.792 m² e está implantado num terreno com 17.550 m².

“As áreas amplas e as infraestruturas modernas, oferecem condições para produção, armazenagem e logística. A zona em que se insere permite a fácil circulação de veículos pesados e disponibiliza uma vasta área de estacionamento”, salienta a Leilosoc.

O imóvel beneficia de isenção de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto de Selo.

A secção de tinturaria e acabamentos laborava nas instalações do armazém e é composta por máquinas e equipamentos de apoio à indústria têxtil, outros equipamentos industriais, equipamentos de escritório, carregadores de veículos elétricos e mais de 2.230 painéis solares – que correspondem a 21% das necessidades energéticas desta unidade de produção.

O segmento produtivo de tecelagem e confeção/ logística, localiza-se em Gondar, Guimarães. Esta unidade de produção contempla 30 teares retos, máquinas e equipamentos de apoio à indústria têxtil, stock de matérias-primas, outros equipamentos industriais, equipamentos de escritório e carregadores de veículos elétricos.

Três combinações

Os ativos são apresentados ao mercado em três combinações.

A primeira consiste na “universalidade dos bens”, ou seja inclui o armazém, a unidade de produção 1 (tinturaria e acabamentos), a unidade de produção 2 (tecelagem e confeção/ logística) e os veículos. Os ativos têm um valor base de venda de 7.085.862,40 euros e um valor mínimo de venda de 6.022.983,00 euros.

A segunda combinação é a “unidade industrial completa” e visa “a venda conjunta do armazém e da unidade de produção 1 (tinturaria e acabamentos)”, estando avaliada em 5.920.956,47 euros (valor base), com um valor mínimo de 5.032.813 euros.

Por fim, pode ser leiloada a totalidade dos equipamentos para as unidades de produção 1 (tinturaria e acabamentos) e 2 (tecelagem e confeção/ logística) com um valor base de 1.985.041,18 euros e um valor mínimo de 1.687.285 euros.

“Os interessados podem licitar no imóvel isolado, que tem um valor base de venda de 5.042.880 euros e um valor mínimo de venda de 4.286.448 euros. Por sua vez, é possível adquirir as duas unidades de produção individualmente. Os nove veículos ligeiros de mercadorias e de passageiros estão também disponíveis para receber licitações lote a lote”, acrescenta a leiloeira.

Entre as 100 empresas com melhor ritmo de crescimento até 2017

A Be Stitch – Indústria Têxtil Lda foi fundada em 2003 e especializa a sua atividade em têxteis-lar. Participou em diversas feiras nacionais e internacionais do setor e, em 2019, foi destacada em 4.º lugar, pela revista Exame, como uma das 100 empresas com melhor ritmo de crescimento até 2017.

Em agosto de 2023, a empresa procedeu ao despedimento coletivo de 60 dos cerca de 200 trabalhadores, tendo sido de seguida entregue um requerimento para instauração de Processo Especial de Revitalização (PER) no Juízo do Comércio de Guimarães.

No final desse ano, o gerente da empresa, Rui Machado, fez uma publicação nas redes sociais atribuindo as dificuldades a uma “quebra de procura na ordem dos 60% em relação ao período homólogo de 2022” e ironizando: “Ainda bem que temos o Banco de Fomento e um PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] em curso”.

Visitas na sexta-feira

A HCOR – Sociedade Unipessoal Lda Compra, constituída em 2008, tinha como atividade principal a compra e venda de bens imóveis.

As visitas aos ativos realizam-se esta sexta-feira, 18 de julho, nos seguintes horários: armazém + unidade de produção 1, das 16:00 às 17:00; unidade de produção 2, das 14:30 às 15:30.

O leilão eletrónico pode ser consultado aqui.

 
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