Os credores da falida Coelima, histórica têxtil de Guimarães, vão receber 3,5 milhões de euros da massa insolvente. A maioria desse valor (2,1 milhões) vai para os bancos, mas só cobre 14,6% dos créditos garantidos do BCP, da Caixa Geral de Depósitos e do Novo Banco. Ou seja, as instituições bancárias ficarão a ‘arder’ em 12,5 milhões.
Segundo o jornal Eco, o administrador judicial Pedro Pidwell entregou esta semana no Tribunal de Guimarães a proposta de rateio final.
A Caixa Geral de Depósitos reclama 7,6 milhões de euros, mas terá direito a apenas 1,1 milhões.
De acordo com a mesma fonte, o administrador de insolvência propôs pagamentos de 702 mil euros ao BCP e de 333 mil euros ao Novo Banco. Os dois bancos privados ficam, assim, a haver 4,1 milhões e 1,95 milhões dos créditos garantidos, respetivamente.
A proposta contempla o pagamento da totalidade dos créditos dos trabalhadores, diretamente ou através do Fundo de Garantia Salarial, num valor de 58,8 mil euros. A Segurança Social vai receber cerca de 350 mil euros.
Cinco sociedades estatais que reclamam 2,5 milhões de euros vão receber 194 mil euros, sendo as mais prejudicadas a Portugal Ventures (perde mais de um milhão), o Banco de Fomento (742 mil euros) e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (273 mil euros).
Ainda de acordo com o Eco, a quantia a ratear pelos credores comuns, entre os quais a EDP Comercial, a segura de crédito COSEC, a sociedade de advogados Cuatrecasas ou o Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas (FIEAE) fica pelos 715 mil euros, quando lhes eram reconhecidos créditos de 30,5 milhões.
Recorde-se que, após a falência, a Coelima foi vendida à famalicense Mabera pelo valor de 3,637 milhões de euros.
A insolvência da Coelima, empresa fundada em 1922, foi decretada em 22 de abril de 2021.