Têxtil de Esposende procura alternativas ao mercado asiático

Têxtil de esposende procura alternativas ao mercado asiático
Jorge Pereira, CEO da Lipaco. Foto: Jornal T / Arquivo

As perturbações no transporte marítimo de contentores no Mar Vermelho “têm vindo a aumentar”, prevendo-se que “reduzam em 20% a capacidade do setor” entre o Extremo Oriente e a Europa no segundo trimestre, advertiu a empresa dinamarquesa Maersk. A Lipaco, empresa têxtil de Esposende, é uma das afetadas.

Os problemas surgem por causa do desvio do tráfego do Canal de Suez, e segundo a agência Reuters, a capacidade da indústria de contentores entre a Ásia e o Norte da Europa e o Mediterrâneo pode reduzir entre 15% a 20% no segundo trimestre, levando ainda ao aumento do custo de combustível na ordem dos 40%.

Em declarações ao Jornal T, Jorge Pereira, CEO da Lipaco, confirmou que a empresa de Esposende está a ser afetada pelo conflito na chegada de matérias-primas da Ásia devido ao desvio de navios por rotas mais longas.

“Tivemos de recorrer a outras origens mais próximas para colmatar os atrasos e repensar a compra de matérias-primas noutras origens”, admitiu o administrador da empresa têxtil.

Em 30 de abril, a empresa do setor têxtil português Riopele, de Famalicão, afirmava, citada pela Lusa, que a escalada do conflito no Médio Oriente e recurso a rotas marítimas alternativas tinha obrigado a empresa a repensar todo o seu sistema logístico, face ao aumento de 45 para 60 dias do tempo de transporte de contentores da Ásia.

“Uma vez que não conseguimos agir diretamente sobre as rotas marítimas, o que fizemos foi informar os nossos parceiros de todos os procedimentos”, disse o diretor do departamento de compras da Riopele, Paulo Oliveira, citado numa nota então publicada no ‘site’ da empresa.

Adicionalmente, a Riopele “priorizou duas companhias marítimas de referência”, mantendo-se “atenta a novos desenvolvimentos”, salientava o gestor.

De acordo com o responsável, “a guerra entre Israel e o Hamas, seguida dos ataques aos navios no Canal de Suez por parte do grupo huthi, levou a que as grandes companhias marítimas desviassem a sua rota normal pelo Mar Vermelho para o sul de África, pelo Cabo da Boa Esperança”, tendo como consequência direta o aumento do frete e do tempo de trânsito.

Na semana passada, o grupo dinamarquês Maersk, considerado um barómetro do comércio mundial, afirmou que as perturbações no transporte marítimo deveriam durar, pelo menos, até ao final deste ano, embora a alemã Hapag-Lloyd tenha dado uma indicação ligeiramente mais otimista, dizendo acreditar que a crise poderia ser ultrapassada antes do final de 2024.

 
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