Uma empresa têxtil de Barcelos, que nasceu há cinco anos aproveitando os ativos de outra que estava em dificuldades, triplicou a faturação, para 16 milhões de euros, e duplicou o número de trabalhadores, disse hoje o seu presidente.
A exportação absorve toda a produção da Cottonanswer, que atua em mais de 100 mercados, como Japão, França, Austrália, Holanda, Noruega, Espanha, Itália, Suíça, Bélgica, Alemanha, Suécia, Estado Unidos da América, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Dinamarca e Inglaterra.
“A inovação e o design são as nossas imagens de marca, só assim podemos conseguir ser competitivos a nível internacional”, disse à Lusa o presidente do Conselho de Administração da empresa.
Segundo António Santos, a faturação da Cottonanswer era cinco milhões de euros há três anos e, atualmente, a empresa fatura 16 milhões.
O responsável realçou que nem o eventual ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da União Europeia) assusta a Cottonanswer, apesar de aquele ser um mercado que representa 10% das exportações da empresa.
“O ‘Brexit’ não nos assusta porque não é pelo preço que somos competitivos, mas sim pela qualidade do produto, pela inovação e pelo ‘design’. Estou convencido de que grande parte dos nossos clientes no Reino Unido se manterão, mesmo se a saída da União Europeia se concretizar”, referiu.
Sublinhou que, de qualquer forma, a empresa tem “uma enorme diversidade de mercados”, que lhe permite encarar “com tranquilidade alguma indefinição que se registe aqui ou ali”.
Há cinco anos, uma têxtil de Barcelos vivia “enorme dificuldades” e António Santos decidiu comprar “todos os ativos”, desde instalações a maquinaria, ficando também com os trabalhadores.
A empresa tinha cerca de 80 trabalhadores, quase todos com mais de 50 anos.
“Nascemos já com o ‘know how’ das pessoas que aqui trabalhavam”, referiu António Santos.
Entretanto, o número de trabalhadores já ascende a mais de 190, juntando experiência e juventude.
Para António Santos, “a única hipótese de o têxtil português competir no mundo global é através da inovação, da qualificação e de incorporar verdadeiramente o ‘ADN’ português”.
“Nunca nos podemos esquecer que temos um ‘know how’ de mais de 150 anos. A única vantagem que temos em relação aos mercados de baixo preço é exatamente isso, o ser português”, remata.