O presidente da Câmara de Terras de Bouro criticou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) por contratar uma empresa de segurança para a cobrança de “portagens” na Mata da Albergaria, no Parque da Peneda-Gerês.
O autarca Joaquim Cracel disse que o município encontraria “facilmente” uma solução “bem menos onerosa” para a cobrança das portagens, ficando o dinheiro sobrante para a manutenção das vias dentro daquela mata.
“Fomos surpreendidos, este ano, com a colocação de uma empresa de segurança, sem que nos tivesse sido dado qualquer conhecimento ou pedida qualquer opinião. E, a partir de agora, não vamos investir nem mais um cêntimo na manutenção das vias”, referiu.
Segundo Joaquim Cracel, a cobrança de “portagens” de 1,5 euros por cada carro que, no verão, entra na Mata da Albergaria rende anualmente cerca de 70 mil euros.
“Há uns anos, a cobrança era feita por jovens, que assim ocupavam os tempos livres de verão, e, na nossa opinião, essa deveria ser a solução novamente adotada, já que ficaria bem menos onerosa e o município arrecadaria alguma verba para custear as despesas de manutenção das vias”, acrescentou.
Sublinhou que, até aqui, tem sido desde sempre, o Município de Terras de Bouro a cuidar das vias de acesso dentro da área do Parque Nacional da Peneda-Gerês na área do concelho, “mesmo tratando-se de um parque nacional “da exclusiva responsabilidade” do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas).
Joaquim Cracel criticou ainda o ICNF por ainda não se ter disponibilizado para reunir com o município para dar início à concretização de uma resolução do Conselho de Ministros, de dezembro de 2016, que prevê um investimento total de 430 mil euros na gestão e ordenamento da “visitação massiva” na Mata de Albergaria, na promoção de transportes alternativos e fruição do espaço natural.
Em causa estão intervenções nos caminhos da Mata de Albergaria, identificação e sinalização da mesma, beneficiação do caminho florestal entre Leonte e a Portela do Homem e implementação de bolsas de estacionamento na periferia.
“Só para este ano, está previsto um investimento de 200 mil euros, mas como é necessária a autorização do ICNF ainda não se fez rigorosamente nada”, criticou.
Contactado o ICNF, O MINHO não obteve qualquer reação a estas críticas.