Uma publicação que está a ser partilhada nas redes sociais, segundo a qual três crianças foram alvo de tentativa de rapto em Viana do Castelo, está a causar alarme, mas não tem fundo de verdade, tratando-se, apenas, de mais uma ‘fake news’.
O ‘post’, partilhado de forma anónima no grupo Operação Stop – Viana do Castelo, alerta para três pessoas que “andam a tirar fotos a crianças”. Acrescenta ainda que “foi visto um homem na creche Beija-Flor a apontar entradas e saídas de crianças”.
Ainda de acordo com a publicação, “tentaram nestes dias raptar três crianças, a polícia já está a par mas só pode atuar em flagrante e diz que onde eles vão tentar atuar mais é nas festas [da Senhora da Agonia], portanto todo o cuidado é pouco”.
Contudo, ao contrário do que afirma a publicação, à PSP não chegou qualquer denúncia relacionado com qualquer tentativa de rapto.
Contactada por O MINHO, a PSP de Viana do Castelo afirma ter conhecimento de que essa publicação está a circular nas redes sociais, mas salienta que não tem conhecimento de qualquer situação como a descrita.
A publicação terá como intuito criar o ‘pânico’ numa altura em que decorre a Romaria d’Agonia (começa hoje).
Hoje, a informação falsa voltou a ser partilhada por alguém que afirma ter visto as pessoas noutro local de Viana do Castelo.
Tendo em conta as fotografias, as pessoas visadas poderão andar, de facto, pela cidade de Viana do Castelo, mas as autoridades não têm nada que as relacione com o que é alegado no alerta.
Vários exemplos de alertas falsos nas redes sociais
São muitos os exemplos de ‘fake news’ que são publicadas nas redes sociais com o intuito de provocar um sentimento de insegurança na população e que acabam por ser partilhadas, de boa fé, em forma de alerta, pelos utilizadores.
O MINHO tem vindo a desmistificar alguns alertas falsos que causaram alarme na região.
Por exemplo, no pico da pandemia de covid-19, em janeiro de 2021, havia uma história a ser partilhada amiúde nas redes sociais: num supermercado alguém viu às compras uma pessoa que sabia estar infetada e alertou as autoridades. A polícia foi ao local, fechou o estabelecimento e, lá dentro, acabou por encontrar, além da pessoa denunciada, várias outras infetadas. A história era adaptada a vários locais do país, mas era completamente falsa.
Em junho de 2022, outra publicação causou alarme social em Ponte de Lima, alertando para “dois homens do Senegal” que andariam a tentar “comprar crianças na vila”, sendo que teriam abordado, nesse sentido, “uma pessoa na Lapa”.
Contactada por O MINHO, fonte da PSP confirmou que a polícia foi chamada ao local e identificou os dois homens, concluindo que “não se averiguou qualquer tipo de indício relativamente a essa prática criminal”, ou seja, a compra de crianças. Segundo a mesma fonte, tudo “não passou de um mal entendido” provocado pela dificuldade que os indivíduos têm em falar português.
As autoridades explicaram a O MINHO que havia pessoas a vender perfumes, mas em nenhuma situação havia indícios que o fizessem para tentar deixar as pessoas inconscientes e raptá-las.