Declarações no final do encontro Vitória SC-Desportivo das Aves (0-2), da 30.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:
– Luís Castro (treinador do Vitória SC): “A vitória do Aves é uma vitória justa. Defensivamente, foi o nosso pior jogo. Há demérito nosso e mérito do Aves. O Aves fez um jogo de qualidade. Conseguiu sair muito bem para o ataque.
Tudo começa quando o Aves faz o golo num momento muito precoce do jogo e a equipa ficou instável. Nunca estivemos bem. Desestabilizámos claramente no momento sem bola. Permitimos sempre que o Derley recebesse a bola, que os laterais do Aves subissem. Quisemos ter bola no meio-campo do adversário, mas tivemo-la sempre a um ritmo muito baixo. Tivemos algumas situações para marcar no final e podíamos, talvez, voltar ao jogo.
(Sobre as mudanças no ‘onze’) Sentimos nos últimos jogos o Rafa com algum cansaço acumulado e o Florent com energia positiva. Quando se tem dois laterais assim, há a confiança para trocar. O Joseph queima linhas em condução e alimenta bem o último terço. O Mattheus [Oliveira] também o faz, mas não de forma tão rápida. Mas não conseguimos estar em campo de forma estável. Mudámos a forma de construção, mas não funcionou.
Temos de compreender a contestação. O futebol é assim. Quando não estamos bem, temos de o assumir. Temos de assumir que aqueles que nos acompanham estejam insatisfeitos. A semana de trabalho decorreu de forma normal. O que nos afetou foi o primeiro golo sofrido. Foi o nosso pior jogo da época em casa. Já tínhamos perdido em casa, mas este jogo teve um mau resultado associado a uma má exibição.
Faltam quatro jogos e ainda temos uma oportunidade retificar aquilo que não estamos a fazer bem. Não há muito caminho a percorrer. São momentos difíceis, que acontecem. Temos de demonstrar capacidade para os ultrapassar e acredito que o vamos conseguir”.
– Augusto Inácio (treinador do Desportivo das Aves): “A equipa hoje, como tem demonstrado, mesmo perdendo alguns jogos em casa, teve uma postura fantástica, num campo muito complicado, contra uma excelente equipa, com um excelente treinador [Luís Castro]. Depois de saber os resultados das equipas adversárias diretas, mais pressão tínhamos.
Conseguimos um resultado fantástico. Além do resultado, conseguimos três pontos muito importantes para a nossa ambição, que é ficar na I Liga. Não nos sentimos seguros, mas já fizemos 21 pontos na segunda volta, a maioria deles fora de casa. Os resultados dão-nos cada vez mais moral e mais força, mas, como já tenho muitos anos disto, só fico seguro quando conseguirmos os 36 pontos.
Dois jogos seguidos a perder colocam-nos em grande dificuldade, sabendo que fizemos uma grande exibição aqui e que merecemos a vitória. Temos de trabalhar bem para o próximo jogo, para conquistarmos mais três pontos. [Encaramos] o próximo jogo como o jogo das nossas vidas. Um jogo são três pontos para ‘viver’ ou três pontos para ‘morrer’.
Hoje, poderíamos ter aproveitado melhor o contra-ataque. São coisas que temos de melhorar. Temos de olhar para os momentos bons e para os momentos menos bons que tivemos. Os avenses estão todos contentes, mas vou passar a Páscoa a pensar já no próximo jogo. Há que ter calma, trabalhar bem. Sabemos o que custou chegar até aqui e não vamos relaxar só porque ganhámos em Guimarães.
O sistema [tático] depende de como os meus jogadores estão mentalmente para conseguir resultados. Não me interessa ter 80% de posse de bola, quando estou numa equipa que luta pela manutenção. Quando podemos sair a jogar, saímos, quando não podemos, mandamos a bola para o Derley. Também aproveitamos a velocidade do Luquinhas e do Mama Baldé. Temos conseguido resultados. Fora de casa, raramente o adversário tem mais oportunidades do que nós.
Pelo que tenho visto ultimamente do videoárbitro, pelas decisões que estão a ser tomadas, deixei de ser apoiante do videoárbitro. Prefiro o erro natural do árbitro. Custa-me a entender porque se tomam umas decisões e não se tomam outras”.