Vítor Oliveira (treinador do Gil Vicente): “Temos de aceitar o resultado. Houve duas partes distintas, em que o Benfica foi melhor na primeira e o Gil Vicente esteve mais por cima na segunda. A diferença esteve na definição e no critério no último terço.
Na primeira parte sentimos algumas dificuldades e o Benfica aproximou-se com frequência da nossa área, sem criar grandes situações. Na segunda parte, equilibrámos e o adversário caiu bastante, o que era perfeitamente natural, face ao desgaste psicológico dos últimos jogos. Perdemos uma boa oportunidade de pontuar frente ao Benfica.
O Benfica sabia que podia sofrer a qualquer momento da segunda parte e isso poderia penalizá-los com a perda de pontos. Tivemos oportunidade de fazer um resultado diferente na segunda parte, mas faltou-nos discernimento.
Algumas vezes por inércia nossa, outras vezes por egoísmo de alguns jogadores. Temos de perceber que o futebol é um jogo coletivo e só assim conseguimos fazer coisas importantes como pontuar frente ao Benfica.
Os jogos [frente aos ‘grandes’] não são comparáveis, porque as datas, os jogadores e os momentos de forma são diferentes. É como comparar metros com quilómetros. Apanhámos um FC Porto desprevenido na primeira jornada, pois menorizou uma equipa que vinha da III divisão nacional e acabou por ser surpreendido.
No segundo jogo defrontámos o Sporting numa crise muito grande e conseguimos fazer um bom resultado, com uma boa exibição. Hoje tivemos um Benfica cansado, preocupado com resultados menos conseguidos e abaixo do rendimento normal. Não conseguimos pontuar mais por demérito nosso que mérito do adversário”.
Bruno Lage (treinador do Benfica): “Sentimo-nos logo a ganhar por aquele ambiente junto ao banco e tivemos um apoio fantástico dos nossos adeptos do primeiro ao último minuto. Fizemos aquilo que tínhamos de fazer neste momento, que era vencer.
Fizemos uma boa primeira parte, criando várias oportunidades e chegámos com justiça à vantagem. Tivemos uma entrada forte na segunda parte, com algumas jogadas de envolvimento, que poderiam ter dado um resultado mais tranquilo. Até ao fim ajustámos em função do momento e do desgaste. Acaba por ser um bom jogo, perante uma boa equipa e um excelente treinador, num campo muito difícil.
Tínhamos de manter pressão alta, para não deixar o Gil Vicente construir, mas simultaneamente perceber que pela nossa esquerda iria haver um ataque muito forte na profundidade. Em função disso e para termos maior capacidade na construção, como se viu nos primeiros 70 minutos, introduzimos Julian [Weigl] e Samaris no meio-campo.
Esta vitória é muito importante e permite manter a primeira posição. Ao longo deste campeonato tivemos jogos menos bons, outros em que estivemos muito bem e todos são três pontos. O mais importante é sermos regulares e exigentes, mantendo um nível exibicional que vá de encontro ao que defendemos. Depois é vencer jogos.
Não me interessam recordes, mas sempre o próximo jogo. Este jogo fecha-se e não vou levar nada de bom ou de mau para o próximo jogo. É isso que quero que os jogadores sintam. Errar faz parte e perder é futebol.
No jogo seguinte não podemos estar com o medo de perder ou de errar, mas jogar com dinâmica e para a frente. Foi com essa filosofia que fizemos um ano muito bom e vencemos todos os jogos fora de casa, até aos últimos dois jogos.
Luta pelo título? É mesmo jogo a jogo. Ontem não vi o jogo do FC Porto, mas acredito que vamos ter dois ou três meses a jogar de três em três dias e ao ritmo do ano passado. É fechar um jogo e entrar no seguinte com a mentalidade de vencer”.