Tecnológica de Braga vira-se para a gestão de filas e para o estrangeiro

Edigma

A empresa tecnológica Edigma, nascida e instalada em Braga, vai orientar o negócio para a gestão de filas, atendimento e sinalética digital, olhando para as exportações mas sem largar as experiências interativas, segmento no qual vem atuando desde 2004.

“Temos um conhecimento de mercado e uma capacidade instalada, quer nas equipas quer nas plataformas tecnológicas, que nos permitem entrar em áreas de negócio que na nossa perspetiva são complementares”, disse à Lusa Miguel Oliveira, presidente executivo da Edigma.

No entanto, o empresário considera que se trata de “uma evolução” e não de um abandono do segmento no qual a empresa se notabilizou, especialmente na área das experiências interativas, como por exemplo em museus ou outras infraestruturas culturais e lúdicas, após ter lançado a sua primeira montra interativa em 2004, saída da Universidade do Minho.

“Na área ‘core’ [principal] da empresa, nas experiências interativas e imersivas, nós continuamos a ter uma atuação forte, somos líderes de mercado pelo número de projetos que implementamos, e fazemos questão de continuar nessa atividade”, referiu.

Em causa está a entrada no setor da gestão de filas e atendimentos, bem como na implementação de sinalética digital em lojas ou balcões de venda a retalho, com recurso a gestão centralizada, uma área na qual investiu três milhões de euros nos últimos três anos.

De acordo com o responsável, a Edigma aloca cerca de 15% a 20% do seu orçamento anual a investigação e desenvolvimento (I&D), e em 2020 o volume de negócios rondou os oito milhões de euros, estando “com taxas de crescimento anual na casa dos 30%”.

A nova área de negócios engloba, por exemplo, a implementação soluções digitais em balcões de um banco português, projetando o “balcão do futuro”.

“Nós, com a sinalética digital, conseguimos com que a partir da sede e do departamento de ‘marketing’ se pudesse alterar todas as campanhas e todas as comunicações digitais dos balcões”, referiu, falando na “componente de retirar os cartazes das montras, portanto, o papel”.

Miguel Oliveira lembrou os custos logísticos, “desde o ‘marketing’ para os cartazes até às empresas que fazem impressão”, bem como “o transporte”, que são assim reduzidos.

Quanto à gestão de filas e atendimento, está em causa “como é que um cliente no seu ‘smartphone’ [telefone inteligente] poderia ter uma interação com o gestor de cliente, ou com alguém que trabalha no balcão, no limite, sem necessitar de se deslocar”.

No caso de a deslocação ser necessária, a solução permite a que o cliente, “através do dispositivo”, possa “marcar um agendamento, reagendar, perceber se o que foi agendado estava em linha com o que foi o decorrer do atendimento anterior…”, elencou.

O empresário lembrou ainda que soluções tecnológicas deste tipo permitem “reduzir a pegada ecológica”.

Quanto ao futuro, a empresa anda “muito à procura de inteligência artificial”, pois “há atualizações diárias a que é preciso estar muito atento e incutir logo naquilo que está a ser desenvolvido”, para que a plataforma fique “mais rápida, mais inteligente, e se adapte mais facilmente àquilo que são as necessidades” dos clientes.

Nas exportações, no segmento de produtos ‘hardware’ a empresa aloca mais de 50% da produção para os mercados internacionais, como “os Estados Unidos, passando pelo Médio Oriente, até à Ásia e obviamente à Europa”.

“Relativamente à parte de sinalética digital e gestão de atendimento, que é esta área mais recente, já temos vendas e projetos implementados em Inglaterra, nos Países Baixos, em Espanha, e também Canadá e Angola”, disse à Lusa Miguel Oliveira.

O objetivo da empresa bracarense é “reforçar nos Estados Unidos”, “também no Médio Oriente” e “alargar um pouco mais a presença nos mercados europeus, que estão a fazer investimento nestas áreas, fundamentalmente na área do retalho, na área hospitalar”.

 
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