O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que representa a base da pirâmide operacional e são a grande maioria dos profissionais do INEM repudiou este domingo a “deturpação” que atribui à Ordem dos Enfermeiros e à sua bastonária Ana Rita Cavaco, a propósito da sua carreira especial e das novas competências daqueles técnicos.
Em comunicado divulgado hoje, o STEPH começa por salientar que em todo o processo das novas competências dos técnicos do INEM “tendo sido a Ordem dos Enfermeiros chamada a pronunciar-se sobre a mesma, nunca se tendo oposto”, para além de que o seu “conteúdo formativo foi amplamente discutido e aprovado pelo Conselho Nacional da Ordem dos Médicos”.
“O STEPH repudia a posição atual da Ordem dos Enfermeiros ao manifestar-se contra a Carreira Especial TEPH, tão amplamente discutida e de amplo consenso, tratando-se de uma Ordem que adota uma postura verdadeiramente incoerente”, refere o comunicado de imprensa daquela estrutura sindical.
Na missiva do STEPH, subscrita pelo seu presidente, Pedro Moreira, é explicado que esta tomada de posição surge porque “o país tem vindo a assistir ao longo dos últimos dias à divulgação de um conjunto de posições e informações da Ordem dos Enfermeiros, com a participação ativa da sua bastonária, com o objetivo que ludibriar e deturpar a opinião pública sobre a Carreira Especial dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH)”.
“O STEPH repudia, assim, todas as informações que têm vindo a ser prestadas pela Ordem dos Enfermeiros a propósito das novas competências profissionais dos TEPH”, pois “tentar inibir o acesso da população a mais e melhores cuidados – eventualmente em privilegio de interesses pessoais e/ou corporativistas, sujeitando-os a uma qualquer agenda política que aparentemente vem sendo seguida pela Ordem dos Enfermeiros – é uma posição que revela um absoluto desinteresse, a todos os títulos lamentável, pela
qualidade e diferenciação dos cuidados de saúde que podem e devem ser prestados às vítimas de acidente ou doença súbita”.
“TEPH únicos profissionais com formação exclusiva”
De acordo com o mesmo sindicato, “os TEPH são profissionais de saúde, que exercem a sua atividade exclusivamente no INEM, estando focados naquilo que é a assistência em contexto de emergência pré-hospitalar”.
“Contribuem diariamente para que muitas vidas sejam salvas, num trabalho que envolve outros profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e psicólogos”, salienta também o sindicato, acrescentando ainda que “os TEPH são os únicos profissionais de saúde com formação exclusiva de Emergência Médica Pré-Hospitalar”.
“São a larga maioria dos profissionais do INEM, representando assim a base da pirâmide de todos os profissionais do Instituto Nacional de Emergência Médicas”, refere o STEPH, salientando ainda que “toda a atuação dos TEPH é efetuada unicamente no contexto da prestação de cuidados emergentes a todas as vítimas de doença súbita e de trauma sendo determinante para a sua sobrevivência”.
Segundo aquele mesmo sindicato, “nenhum TEPH poderá atuar sem a respetiva formação e aprovação, que tem de ser no mínimo de 15 valores”, destacando que “os protocolos e toda a atuação dos TEPH irão ser realizados sempre sobre autorização médica, bem como serão alvo de uma constante auditoria”.
A formação dos técnicos do INEM “Uma situação contrária aquilo que se vive actualmente nas ambulâncias SIV, onde os protocolos de atuação de atos médicos que são ministrados pelos enfermeiros não foram
sequer vistos e aprovados pela Ordem dos Médicos, nem têm qualquer tipo de controlo”, refere o STEPH.
As ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) do INEM têm uma tripulação que é constituída por um enfermeiro e um técnico de emergência pré-hospitalar e segundo esta estrutura sindical do INEM “profissionais mais bem preparados, com competências mais diferenciadas, poderão fazer mais e melhor pelas vítimas que assistem”. Ainda segundo o STEPH, “os novos TEPH terão uma formação de 910 horas presenciais, ao contrário do que afirmado pela Ordem dos Enfermeiros, sendo que os atuais TEPH terão um tempo de formação superior a 1.000 horas”.
“A formação definida ultrapassa inclusivamente o standard formativo de outros países de referência na vertente do pré-hospitalar ou ainda de outros cursos de vertente pré-hospitalar, do qual destacamos o Tactical Combat Casualty Care ministrado em Portugal por algumas entidades, onde se ensina a criação de acessos, entubação e a administração de fármacos em apenas três dias”, acrescenta o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar do INEM.
“Esta carreira especial é uma enorme evolução na emergência médica pré-hospitalar em Portugal, promovendo uma enormíssima melhoria qualitativa nos cuidados prestados aos Cidadãos”, refere o mesmo sindicato, destacando que “interesse pelo bem maior que é a Vida não se compadece com interesses corporativistas e com manipulações dos media e da opinião pública”.