Tavares destaca “caminho feito” mas pede debate sobre medidas rejeitadas no próximo orçamento

Orçamento de Estado
Foto: DR / Arquivo

O deputado único do Livre destacou hoje o “caminho feito” para a aprovação de algumas propostas de alteração ao Orçamento do Estado do seu partido, mas apelou a que outras medidas rejeitadas sejam debatidas no próximo orçamento.

Rui Tavares falava no encerramento do debate sobre o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) que já tem aprovação garantida com os votos da maioria absoluta do PS e na qual o deputado do Livre se vai abster.

“O Livre não votará a favor deste orçamento, não podendo acompanhar a sua estratégia global, mas também não votará contra porque algum caminho foi feito e esperamos que no caminho que temos para o orçamento de 2023 muitas destas ideias se venham a concretizar”, sustentou.

O deputado único defendeu que “para um país diferente é preciso uma política diferente também, nomeadamente à esquerda, e para isso serve uma esquerda libertária, ecológica e europeísta como a que o Livre representa”.

“Que queira ao mesmo tempo discutir as grandes mudanças visionárias de progresso que alguns dizem que são irrealistas, mas que trouxemos ao debate deste orçamento, desde o Rendimento Básico Incondicional, ao transporte escolar ecológico e gratuito, propostas que infelizmente ficaram pelo caminho, mas que esperamos que consigamos fazer caminho com elas neste parlamento e que tenham apoio mais à frente”, vincou.

“O país que temos não é inimigo do país que queremos. Mas às vezes a política que temos é inimiga do país que queremos”, considerou.

Rui Tavares destacou algumas das propostas que o partido conseguiu ver aprovadas pelo PS, como o subsídio de desemprego para vítimas de violência doméstica ou o programa de combate à pobreza energética “3C — Casa, Conforto e Clima”.

“Neste orçamento o Livre trabalhou para que o orçamento ficasse melhor agora do que aquele que nos foi apresentado e isso significa o pais ficar melhor do que aquele que tínhamos antes das ultimas eleições permite nos fazer um caminho, que é um caminho difícil mas construtivo”, afirmou.

Ao longo do seu discurso, o deputado defendeu a necessidade de uma “economia do conhecimento” e sublinhou que “Portugal tem alternativa”.

“Tem uma alternativa que passa pelo rearranjo do nosso trabalho institucional para chegar a uma economia que seja mais qualificada, com mais valor acrescentado, que permita fazer subir os salários, reforçar a Segurança Social e, através de uma coleta de impostos mais ampla, mais justa, mais progressiva, financiar excelente serviços públicos que tornam o país mais atrativo”, sustentou.

Tavares apelou ainda a uma reorganização das “relações entre trabalho e capital, representando a maioria precarizada, dando condições de formação e criar um produtivismo inclusivo”.

 
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