Os talhantes do mercado municipal de Braga consideram “exorbitantes” as novas tabelas de preços que a Câmara vai praticar no edifício, que reabre a 5 de dezembro, depois de requalificado. “Pagava 230 euros mensais, mas no novo talho vou pagar 430, mais o custo da água que era grátis”, disse a O MINHO o seu representante junto da autarquia, Francisco Pires.
O comerciante, que se manifesta em nome dos 13 vendedores de carne – atualmente instalados em tendas num mercado provisório no Campo da Vinha – argumenta que, e ao contrário do que afirmou a vereadora do setor Olga Pereira, o aumento é para o dobro. “Se a economia estivesse bem e as vendas aumentassem, pagaríamos de bom grado. Mas, com a pandemia e os restaurantes quase sem clientela, as vendas diminuíram”, salientou.
Francisco Pires queixa-se, ainda, do facto de, nos novos espaços para os talhos, ter ficado um muro de meio metro, que os impede de irem falar com um cliente do outro lado da vitrine.
O talhante não aceita, também, o argumento camarário de que o aumento se deve ao facto de passarem a usufruir de sala de desmancho de animais e de cozinha para fabrico de fumeiro e critica, também, o facto de os mais antigos não poderem escolher o espaço que querem. “Há quem vá desistir”, garante.
Confrontada com os reparos, a vereadora Olga Pereira explicou que os aumentos são, de facto, “ligeiros”, com exceção de quem tem talhos duplos, os quais terão, agora, à disposição salas para desmancho, o que implica que paguem mais. Sublinhou que há um comerciante que vai passar a ter, também, um espaço duplo, pelo que terá de pagar o seu custo.
A autarca salienta que a Câmara continuará a assumir 50 por cento dos custos de financiamento do Mercado.
Horticultores contra ‘tempo inteiro’
Alguns horticultores queixam-se da obrigação de permanência a tempo inteiro, já que, como produtores na zona do litoral de Esposende, Apúlia ou Póvoa de Varzim, não podem vir todos os dias. A vereadora diz que aqueles que têm banca é que são obrigados a nela estarem diariamente. Os que ficam no terrado e não têm banca, esses podem vender quando entenderem.
Olga Pereira salienta que alguns dos horticultores fazem feiras e mercados em Guimarães, Barcelos, Ponte de Lima e Viana do Castelo e, por isso, não lhes dá jeito virem todos os dias. “Já sugeri a alguns casais que se associem. Por exemplo, dois casais, que os há a trabalhar no mercado, podem juntar-se de forma a virem alternadamente, pois há dias em que basta estar um a tomar conta de duas bancas”, vincou
Hasta pública para 13 lugares
Sobram 13 lugares. A Câmara realiza, dia 30, uma hasta pública para a concessão de licença de ocupação de venda para comerciantes do ramo alimentar, e também de novas tendências, biológicas ou gourmet.