O grupo de 18 suspeitos – 13 homens e cinco mulheres – desmantelado na maior ação que a PSP de Braga realizou nos últimos anos, no Bairro de Santa Tecla, em Braga, será julgado a partir do dia 28 de fevereiro, segundo soube O MINHO junto de fontes judiciais.
As drogas duras, quer heroína, quer cocaína, seriam traficadas em várias casas camarárias no Bairro Social de Santa Tecla, na freguesia de São Victor, em Braga, mas a maioria dos principais arguidos vivia em diversos pontos da cidade de Braga, entre os quais um casal, que arrendou uma moradia na vila de Amares, segundo a acusação do Ministério Público.
O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Ministério Público da Comarca de Braga destaca no seu libelo acusatório que os lucros dos alegados crimes de tráfico de droga terão permitido inclusivamente férias de luxo, com gastos de sete mil euros, em Palma de Maiorca, além das empresas criadas exclusivamente para branquear o dinheiro.
Na entrada seis do bloco camarário três, seriam colocadas traves de metal e de madeira, a fim de impedir a entrada de agentes policiais que seriam detetados por vigias, colocados em locais estratégicos e pagos com droga, já que são toxicodependentes, os próprios que a mando dos principais arguidos serviriam de intermediários junto de outros toxicómanos.
Segundo a acusação do Ministério Público, os principais arguidos tinham um sistema de rotatividade de oito dias cada, ao longo do mês, havendo “escalas de serviço” para todos os turnos, cobrindo assim as 24 do dia e os sete dias da semana, usando a residência de um casal que já não morava no bairro, bem como uma casa devoluta, para esconder droga.
Agentes da PSP apanharam em flagrante dezenas de toxicómanos, durante semanas a fio, que tinham acabado de comprar droga naquele bairro à média de 10 euros por dose de heroína e a mesma quantia por “pedra” de cocaína, o dobro do preço na cidade do Porto.
A Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Braga seguiu todos os passos, durante cerca de três meses, aos suspeitos de narcotráfico, não só às suas movimentações dentro do bairro camarário, mas também aos esquemas de branqueamento de dinheiro e outros modos de dissimularem os sinais exteriores de riqueza que ostentavam em Braga, não se limitando às escutas telefónicas que ajudaram igualmente a apertar o cerco aos suspeitos.