O jovem suspeito de atear cinco incêndios florestais em Valença ficou com apresentações diárias no Posto da GNR local, determinou, na tarde desta sexta-feira, o juiz de instrução criminal da comarca. O arguido, de 29 anos, detido pela Polícia Judiciária de Braga, terá cometido os crimes movido pela “revolta” de não ter conseguido entrar para a corporação de bombeiros daquela cidade do Alto Minho.
O detido, desempregado, que trabalhava em part-time num bar, terá ateado os incêndios com recurso a chama direta, motivado por um sentimento de revolta pela sua inaptidão para desempenho de funções de bombeiro voluntário, suspeitando-se que seja responsável pela autoria de dezenas de fogos, cometidos nos últimos anos, todos no mesmo concelho.
O jovem frequentou o curso de bombeiro em 2010, foi estagiário durante um mês, mas foi dispensado após reprovar a um módulo, disse a O MINHO fonte da corporação.
A PJ deteve-o esta quinta-feira, já fora de flagrante delito, considerando que é o presumível autor de cinco crimes de incêndio florestal, quer o ano passado, que em 2021, no período de verão, em freguesias do concelho de Valença, mas com grande dispersão geográfica, uma situação que não se costuma verificar com os típicos incendiários, que ateiam fogos ao pé da porta, no mesmo local, já de forma reiterada, mas num raio restrito, dentro da mesma localidade.
Os incêndios eram ateados sobretudo a altas horas da madrugada e, segundo refere a PJ de Braga, consumiram principalmente vegetação arbustiva e arbórea, não tendo atingido maiores proporções e manchas florestais adjacentes, de dimensões consideráveis, devido à rápida intervenção dos Bombeiros Voluntários de Valença.
Um dos incêndios, ateado em setembro de 2020, provocou danos consideráveis num pavilhão industrial, tendo as diligências realizadas pela PJ permitido já a recolha de importantes elementos de prova, que conduziram à detenção do jovem, que é natural e residente em Valença.