“Somos a equipa que mais remata na Liga Europa”

Carlos Carvalhal

Declarações após o jogo SC Braga-Mónaco (2-0), da primeira mão dos oitavos de final da Liga Europa de futebol, disputado hoje, em Braga:

– Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): ”Esta vitória significa muito, o Braga está numa aposta clara na formação, com muitos jovens, tivemos uma atitude competitiva fortíssima, a intenção era desencaixar o adversário, surpreendemos e fizemos uma primeira parte espetacular. Na segunda parte, o Mónaco mostrou toda a sua competência, é uma excelente equipa, recheada de grandes valores individuais, mas isso premeia ainda mais o mérito da nossa equipa, que soube defender bem e esperar o seu momento para, no contra-ataque, fazer o segundo golo. Tivemos essa felicidade, mas também tivemos a infelicidade de não concretizar as cinco ou seis ocasiões que tivemos na primeira parte.

[Evitar vertigem da primeira parte] Isso seria entrar no novel de excelência, não jogámos contra uma equipa qualquer, o Mónaco não perdeu nenhum jogo na Liga Europa, vinha de uma vitória moralizadora no campo do Marselha [na Liga francesa]. Somos a equipa que mais remata na Liga Europa e hoje devemos ter reforçado isso, a nossa vitória deve ser muito valorizada. Jogaram muito jovens e conseguir isto contra uma equipa como o Mónaco é extraordinário.

Mérito na preparação do jogo da equipa técnica e do trabalho dos jogadores, fizemos o nosso trabalho. Nada está ganho, foi a primeira parte de uma eliminatória de um jogo de 180 minutos e vamos ter uma missão muito difícil na segunda mão, toda a gente está com consciente disso e com os pés no chão.

Não me escudo atrás da juventude, foi uma aposta clara do clube na malta mais jovem. Qual é a equipa que tem seis ou sete jogadores com 18 e 19 anos e mantém a regularidade? Dei o exemplo do Ricardo Horta [na antevisão], ele é um extraordinário jogador agora, mas aos 18 anos não tinha esta regularidade.

Não consigo repousar ninguém, mas no mundo ideal gostava de jogar à quinta-feira e, depois, mudar seis ou sete jogadores e depois trocar outra vez, mas a realidade é esta e tenho que viver com ela.

[Resultado justo] Há sempre duas perspetivas, a de quem ganha e a de quem pede, entendo a do treinador do Mónaco, porque fez uma boa segunda parte e porque a sua equipa tem competência, mas entendo que é justo porque fizemos uma primeira parte muito melhor e criámos mais ocasiões do que o Mónaco criou na segunda parte.

[Na segunda mão] Nunca jogamos à defesa em estádio nenhum, estamos no Braga há quase dois anos e neste período já fomos ganhar a casa do Benfica, FC Porto e Sporting e para ganhar nesses estádios não fomos lá jogar à defesa. A nossa forma de estar é sempre a mesma e de certeza absoluta que não vão ver uma equipa do Braga super defensiva no Mónaco, mas estamos conscientes que vamos ter uma missão difícil.”

– Philippe Clément (treinador do Mónaco): “Começámos mal o jogo, a primeira ação do adversário, marcou um golo, deu muito energia ao Braga, os meus jogadores ficaram nervosos e os primeiros 15 minutos não foram bons. Depois tomámos conta do jogo, começámos a fazer coisas boas com bola, as coisas que treinámos. Foi pena que dois golos tenham sido anulados, o primeiro estava fora de jogo, sim, o segundo tenho dúvidas.

Não acho que tenha sido um problema de criatividade, não foi por aí que perdemos, tivemos quatro ou cinco ocasiões em cima do guarda-redes do Braga, mas faltou-nos eficácia, os detalhes fazem a diferença. O 2-0 não devia ter acontecido daquela forma, a perder 1-0, perto do fim do jogo, não devíamos ter concedido o golo, com cinco jogadores [do Mónaco] na área, e na segunda parte o Braga não tinha tido chances para marcar. O resultado é pesado para o que fizemos, acho que devia ter sido um empate, um 3-3 ou um 4-4.

Obviamente que teria sido melhor se tivéssemos ganho. Os jogadores lutaram imenso, jogámos contra uma excelente equipa, defensivamente não estivemos tão bem na primeira parte, mas melhorámos na segunda, tentámos empatar. Os jogadores estão tristes, mas queremos mudar a dinâmica.”

 
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