O presidente da Empresa Geral de Fomento (EGF) disse na sexta-feira à noite, em Viana do Castelo, que a sociedade que gere os resíduos do Vale do Lima e Baixo Cávado vai investir 30 milhões de euros este ano.
“Hoje, a empresa tem um plano de investimentos de cerca de 30 milhões de euros quando fatura, por ano, cinco milhões de euros. É um investimento muito significativo”, afirmou Luís Miguel Lisboa, na Assembleia Municipal de Viana do Castelo.
O presidente do conselho de administração da EGF explicou que aquele montante está a ser investido na nova Unidade de Valorização de Resíduos Sólidos (UVRS), em construção na freguesia de Paradela, no concelho de Barcelos.
Luís Miguel Lisboa falava na sessão ordinária da Assembleia Municipal da capital do Alto Minho, iniciada na sexta-feira à noite e concluída já hoje, que, por proposta da comissão permanente daquele órgão autárquico, analisou o projeto da nova UVRS e avaliou o desempenho do atual aterro.
O designado Aterro Sanitário do Vale do Lima e Baixo Cávado funciona desde 1999, na freguesia de Vila Fria, em Viana do Castelo, e já deveria ter encerrado há uma década.
Aquela estrutura é gerida pela Resulima, sociedade que tem como acionistas as câmaras de Barcelos e Esposende, no distrito de Braga, e os municípios de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Ponte da Barca e Arcos de Valdevez, no Alto Minho.
Os sete municípios detêm 49% do capital e a Empresa Geral do Fomento (51%).
O equipamento que substituir o atual aterro, em construção em Barcelos, foi candidatado aos fundos do Norte 2020, financiado pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR).
Durante a explicação prestada aos deputados municipais de Viana do Castelo, o presidente da EGF garantiu que a Resulima “está a preparar-se para o novo modelo de gestão de resíduos com o objetivo de atingir as ambiciosas metas ambientais definidas para 2030.
“Mais do que um aterro, a freguesia de Paradela, em Barcelos, vai passar a ter uma grande unidade de receção e valorização de resíduos. Aquela unidade vai ter uma central automatizada de triagem de plástico e papel e uma grande unidade de tratamento biológico de todos os resíduos orgânicos, produzidos na área geográfica da Resulima”, referiu Luís Miguel Lisboa.
O responsável da EGF adiantou que o “novo paradigma” da gestão de recursos “não passa só pela reciclagem”, mas por “uma cultura de prevenção da produção de resíduos e pela sua reutilização”.
“Mais de 50% dos resíduos depositados no aterro são orgânicos, todos os resíduos que produzimos na nossa casa. Se forem separados na origem, têm potencial de reutilização de 100%”, alertou.
Já o diretor da Resulima, Rui Silva, destacou os resultados “exemplares” do concelho de Viana do Castelo, adiantando que, “em 2000, cada vianense reciclava 14 quilogramas de resíduos por ano e, em 2019, 69 quilogramas por ano”, sendo que “a média nacional é de 45 quilogramas por ano”.
Em janeiro, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, avançou que a nova UVRS entrará em funcionamento em 2021.
José Maria Costa revelou que “2021 é, também, o prazo de capacidade do atual aterro sanitário do Vale do Lima e Baixo Cávado”, situado na freguesia de Vila Fria, sendo que “algumas partes já começaram a ser seladas” até à desativação total.