Socialistas de Braga criticam concelhia e distrital por se alhearam da crise no Hospital

Artur Feio diz que andar na praça pública não resolve
Foto: O MINHO / Arquivo

Um grupo de militantes do PS/Braga, do “P’lo Movimento Coragem para Mudar o PS Braga” criticou, hoje, em comunicado os órgãos dirigentes do PS de Braga, Concelhia e Distrital, por estes não terem tomado posição pública sobre as anomalias estruturais que se passam no Hospital Central de Braga.

Críticas rejeitadas pelo líder da secção concelhia, Artur Feio, o qual disse a O MINHO que os socialistas já se reuniram com a administração do Hospital, tendo as conclusões sido enviadas ao Governo e aos deputados, nomeadamente aos eleitos pelo círculo de Braga.

“O primeiro-ministro, a ministra da Saúde e o próprio parlamento estão a tratar do problema, que é de resolução complexa mas vai ser solucionado”, sublinha, vincando que “andar com proclamações na praça pública em nada ajuda a resolvê-lo”.

Em comunicado enviado a O MINHO por Ricardo Gonçalves, um dos subscritores, os militantes dizem que, ”como é sabido, o Hospital de Braga serve todo o Baixo Minho. Por estes dias, pelo menos na especialidade de obstetrícia e ginecologia, estão a inverter-se os papéis, as mulheres utentes de Braga, têm que recorrer aos Hospitais Distritais da região e até ao Hospital de S. João no Porto se houver necessidade de serem atendidas”.

Obrigação cívica

E acrescentam: “O PS, como partido com muitos militantes e apoiado por muitos eleitores, tem a obrigação cívica e política de acompanhar tudo o que se passa nos serviços públicos da região e tomar posições sempre que tal se justifique, como é o caso”.

E passam à crítica: “O PS de Braga, com os atuais dirigentes, há muito tempo que está demasiado fechado sobre si próprio e pouco aberto à sociedade e aos problemas que afetam a nossa comunidade”.

O Movimento lembra que “a situação que se vive nas urgências de obstetrícia é preocupante e já não pode ser sacudida para baixo do tapete ou ocultada lançando areia para os olhos”.

“Podemos alegar que a situação é apenas circunstancial, mas muitas das situações circunstanciais são fruto de circunstâncias estruturais que se vão agravando pelo olhar para o lado e pelo deixar andar à espera que o tempo resolva o que a competência ou a falta dela não consegue resolver”, subllinham.

O grupo socialista assinala, ainda que, “como cidadãos bracarenses, vemos com particular apreensão a situação vivida no Hospital de Braga, num serviço que há pouco mais de uma década concentrou as maternidades de Braga e Barcelos com a extinção da última, alegadamente para garantir maior qualidade de atendimento num momento tão especial como o parto”.

E a concluir: “Pensamos que, mais do que medidas avulsas, será necessária uma reflexão profunda sobre a organização do SNS de modo a tentar evitar que situações semelhantes se repitam sistematicamente e que o hospital de Braga passe a cumprir na íntegra a sua missão de serviço de qualidade de saúde disponível para acorrer às necessidades da nossa população.

 
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