Um sobrinho do septuagenário de Braga que se encontra desaparecido, já há mais de dois anos, desconfia que o tio estará desde então submetido a “trabalho escravo”, acreditando que possa vir a ser finalmente encontrado.
António Faria, reformado da profissão de vidraceiro, primeiro na Casa Carneiro e depois na Vitribraga, em Braga, desapareceu ao final da tarde do dia 12 de dezembro de 2019, nos arredores a sul da cidade de Braga, após sair do autocarro dos Transportes Urbanos de Braga (TUB).
Ao certo, sabe-se que esteve com a irmã, no centro da cidade de Braga, depois de deixar umas compras em casa, na freguesia de Lomar, em Braga. Apanhou um autocarro dos TUB, saiu depois da última paragem, em Figueiredo, no mesmo concelho, entrando num automóvel, onde o esperavam. E nunca mais foi visto.
O desaparecimento deste septuagenário, surdo-mudo e analfabeto, ocorrido há dois anos, em Braga, continua a intrigar os seus familiares, ainda esperançados que seja encontrado, havendo entre os parentes quem admita ter sido vítima de emboscada por um homem que já o tinha abordado, mas outros acreditam que foi raptado para “trabalho escravo”.
António Rodrigues Faria, à data com 74 anos, solteiro, residia na freguesia de Lomar, do concelho de Braga, com uma irmã, igualmente solteira, Maria das Dores Rodrigues Faria, que desde o início defende a tese segundo a qual o irmão terá sido sequestrado por outro homem, que alegadamente teria interesse sexual por António. No entanto, e após investigação da PJ, essa hipótese foi descartada e o caso arquivo.
José Manuel de Sousa Pereira, sobrinho do desaparecido, que constantemente faz apelos na sua página pessoal de Facebook, e que participou ativamente não só nas buscas, logo no início, como em muitas iniciativas posteriores, referiu a O MINHO, a propósito destes dois anos de desaparecimento, que o tio deverá estar a fazer “trabalho escravo”.
“O meu tio era muito trabalhador, sabia lavrar e fazer todas as tarefas do campo, mas como nunca via mal nas pessoas e tinha limitações por ser surdo-mudo, terá sido atraído por alguém que lhe prometeria pagar bem para tarefas agrícolas. Aliás, ele deslocou-se de galochas nesse dia e está sujeito a trabalho escravo”, afirmou.