Só os estaleiros navais de Viana do Castelo, a cargo da empresa privada WestSea, receberam encomendas de novos navios de cruzeiro em tudo o mundo durante o ano em curso, anunciou a consultora VesselsValue.
Até ao mês de maio, apenas quatro navios de cruzeiro foram encomendados em todo o globo, muito por causa da pandemia de covid-19, e esses quatro foram requisitados pela Mystic Cruises, do empresário português Mário Ferreira.
Num investimento de cerca de 287 milhões de euros, os estaleiros prevêem construir esses quatro navios a partir de 2021, depois de concluídas as três primeiras encomendas – um já navega, outro está em testes de mar enquanto o terceiro começou recentemente a ser construído, conforme noticiou O MINHO.
A nível mundial, existem 370 navios deste tipo. Segundo a mesma consultora, e após a pandemia, é estimada a construçao de 104 navios ao longo dos próximos oito anos. Mas, para já, apenas os quatro ‘made in Viana’ estão já programados e com data de distribuição.
Entre 2022 e 2025, os estaleiros têm de construir quatro navios – World Traveler (2022), World Adventurer (2023) e o World Seeker (2024) são três desses quatro navios que já têm data de construção e nome confirmado, conforme noticiou O MINHO, em exclusivo, a 27 de dezembro de 2019.
O MS World Explorer começou a operar no ano passado enquanto o MS World Voyager já flutua e está prestes a iniciar os testes de mar. O MS World Discovery já está em fase avançada de construção naqueles estaleiros que empregam trabalhadores da Martifer.
Segundo um comunicado da Martifer, os quatro novos navios serão da gama Explorer e de classe de cruzeiro, construídos com base no Código Polar (classe de gelo), sistema de Propulsão Híbrida e com a capacidade de acomodar 200 passageiros e 112 tripulantes, de acordo com os mais elevados padrões de qualidade e conforto. São considerados navios cruzeiros de pequeno porte.
Nas redes sociais, o empresário Mário Ferreira prevê que os “navios pequenos com muita qualidade e menos de 200 passageiros vão ter uma enorme procura” na fase pós-pandémica.
Segundo o mesmo relatório da consultora VesselsValue, a frota mundial deste tipo de navios cresceu 65% em termos de capacidade para passageiros, atingindo os 700 mil. Em 2019, foram construídos 24 novos navios.
Ainda de acordo com o relatório, face à chegada da covid-19, a atividade destes navios teve um impacto negativo de cerca de 50%, com as empresas a adiar o regresso das operações. Refere ainda que algumas dessas operadores não vão realizar mais viagens durante o ano de 2020.
Apesar dos riscos, a consultora aposta que a tendência até 2025 será de crescimento no setor.