O primeiro-ministro anunciou esta quinta-feira novas medidas restritivas por causa do escalar da covid-19 no país. As máscaras voltam a ser obrigatórias em todos os espaços fechados, assim como é reposta a obrigatoriedade de certificado digital para aceder a restaurantes, hotéis, hospitais, centros de saúde e lares. O governante disse ainda que todas as entradas no país, por barco ou avião, devem ser acompanhadas com teste negativo. O teletrabalho será obrigatório na semana entre 02 e 09 de janeiro.
O Conselho de Ministros aprovou elevar o nível de alerta para Calamidade a partir do próximo dia 01 de dezembro de forma a estar habilitado pelo quadro legal para poder “adotar medidas que se justifiquem adequadas e proporcionais ao risco que vivemos”.
Basicamente estas intervenções, a adotar a partir de 01 de dezembro, vão centrar-se na utilização de três instrumentos: máscaras, certificados e testes, explicou Costa.
Quanto às máscaras, passam a ser obrigatórias em todos os espaços fechados que não sejam excecionados pela DGS.
Nas visitas aos lares passa a ser necessária a exigência de teste para entrar, assim como visitas a doentes internados em qualquer estabelecimento de saúde. O teste passa a ser também obrigatório em todos os grandes eventos, qualquer que seja a natureza – cultural ou desportiva.
É também requesito para poder entrar nas discotecas e nos bares.
Os testes passam também a ser obrigatórios para qualquer entrada em território nacional, seja qual for o ponto de origem, e qual a nacionalidade do passageiro, disse, referindo-se à entrada por barco ou avião.
“Nesse sentido, nós recordamos que é obrigação de todas as companhias de aviação, no check-in, só permitirem o embarque nos voos para Portugal de pessoas devidamente testadas e não podem transportar ninguém que não esteja“, referiu António Costa.
Início do segundo período escolar adiado uma semana
A isso deve-se a “semana de contenção” – a primeira semana de janeiro -, onde o Governo pede a que os contactos entre pessoas seja muito restrito. Nessa semana, as discotecas e bares encerram e o teletrabalho é obrigatório.
Maior risco
“Temos de ter consciência que estamos a entrar numa fase de maior risco, porque assistimos ao aumento da pandemia e Portugal não é uma ilha. Com a aproximação do inverno, iremos ter tempo mais frio, propício de aumento de infeções respiratórias, e há risco acrescido de contaminação. Porque iremos todos celebrar em segurança o nosso Natal familiar, e esses momentos de encontro são também momentos que são de carinho e partilha, mas também de risco. Por este conjunto de razões temos vindo a verificar um agravamento da situação de novos casos”, disse António Costa.
Costa diz que desde 29 de stembnro, quando foram eliminadas as restrições, tem existido uma progressiva evolução que coloca o país, desde há três dias, acima dos 240 casos por 100.000 habitantes.
“Este agravamento tem-se traduzido também numa evolução negativa nos internamentos em enfermaria e UCI, e também maior número de óbitos”, disse.
Autotestes antes do Natal
“Devemos concluir que a vacina nos assegura proteção superior, estamos melhor que os outros países europeus, mas que não estamos tão bem quanto aquilo que queremos estar. Por isso este é o momento adequado para adotar novas medidas que envolvam os cidadãos, famílias, empresas e todas as entidades do setor público”, afirmou.
O PM deixa duas recomendações gerais: “Sempre que possível, devemos fazer autotestes. Por exemplo, antes de nos juntarmos às nossas famílias antes do Natal, devemos fazer autoteste para assegurar que protegemos os que são mais queridos. Por outro lado, sempre que possível, o teletrabalho é recomendável para evitar excesso de contactos que agravem a situação”.
Vacinas para as crianças
António Costa disse ainda que Portugal é o país da Europa com maior elevada taxa de vacinação e que isso tem consequências benéficas para todos os portugueses, tais como menor número de internamentos em relação a outros países, menor número de internamentos em Cuidados Intensivos e menos óbitos, o “que significa que a vacinação tem permitido salvar vidas, diminuir infetados e assegurar menor gravidade na doença”.
“Se olharmos ao dia de hoje, com a situação em que estávamos há um ano, verificámos como de o ano passado para este ano, graças à vacinação, temos número inferior. Se fizermos a comparação a nível de internamentos, tiramos a mesma conclusão, que estamos francamente melhor do que estávamos há um ano atrás. Se verificarmos os internamentos em UCI, a diferença é ainda maior. Se compararmos o número de óbitos a lamentar, a vacinação permite-nos estar hoje numa situação muitíssimo melhor”, disse.