Situação financeira “gravíssima” leva AIMinho a mover processo contra o Estado

A Associação Industrial do Minho (AIMinho) encara um “problema grave de tesouraria”, admitiu o presidente, António Marques, depois de ter entregado um Processo Especial de Revitalização (PER) no Tribunal de Comércio de Famalicão, há pouco mais de uma semana, a fim de renegociar as taxas de juro e os prazos de pagamento das dívidas.

De acordo com Jornal de Notícias, de segunda-feira, o PER surge resposta ao pedido de insolvência feito pelo Novo Banco à AIMinho, cujas dívidas ultrapassam “vários milhões de euros”.

António Marques garantiu à Lusa não ter sido notificado no sentido de insolvência, mas admitiu que situação financeira do organismo é complexa.

“A AIMinho tem, neste momento, um problema gravíssimo de tesouraria, que resulta do desfasamento entre aquilo que temos de pagar e aquilo que não nos pagam”, disse o presidente da associação, com sede em Braga.

O presidente da AIMinho ainda declarou à Lusa que, “no decorrer da primeira quinzena de abril, a associação irá mover uma ação contra o Estado”, para exigir o pagamento da alegada dívida de milhões de euros, não querendo especificar o valor.

António Marques acredita que o problema será resolvido a “curtíssimo prazo, quando as coisas forem normalizadas com o Estado”, recordando que só os seus centros empresariais de Braga e de Viana do Castelo poderão valer cinco milhões de euros (edifício-sede junto ao estádio 1.º de Maio, em Braga, e um pavilhão de exposições, em Viana do Castelo).

A associação, que emprega uma dezena de funcionários e é sócia de várias empresas no Minho, vai tentar negociar taxas de juro “compatíveis” e prazos de pagamento “aceitáveis”.

Fundada em 1975, a AIMinho era uma das cerca de 20 associações empresariais que compunham a União Empresarial da Região Norte (UERN), que faliu sem ativos e com uma dívida de 782 mil euros, principalmente ao Novo Banco, Caixa Geral de Depósitos, Fisco e Segurança Social.

 
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