Cabeceiras de Basto vai receber, no próximo mês de agosto, o inédito “Encontro das Sete Senhoras”, onde seis imagens de Nossa Senhora vão rumar até Arco de Baúlhe para se juntarem à “Senhora” local.
A organização pertence à Comunidade Paroquial de S. Martinho do Arco de Baúlhe e à Associação dos Festeiros do Arco (A.F.A.) que estão já a trabalhar no Encontro das Sete Senhoras que, em 2022, acontecerá no dia 15 de agosto.
Explica a organização, em comunicado enviado a O MINHO, que este acolhimento realizar-se-á no âmbito da Lenda das Sete Senhoras, que, em 2020, foi carimbada com o selo das 7 Maravilhas da Cultura Popular.
“Segundo esta lenda, muito popular no culto mariano, existem Sete Senhoras que vivem em torno da região, vigiando as terras e as suas gentes e que, devido ao local onde se encontram construídos os seus templos de veneração, se conseguem avistar umas às outras, nunca se perdendo de vista”, explica.
As Sete Senhoras que protagonizam esta fábula popular são a Senhora da Graça (Vilarinho, Mondim de Basto), a Senhora dos Remédios (Arco de Baúlhe, Cabeceiras de Basto), a Senhora do Viso (Caçarilhe, Celorico de Basto), a Senhora das Neves (Lagoa, Fafe), a Senhora das Graças (Carvalhosa, Cabeceiras de Basto), a Senhora da Orada (Alvite, Cabeceiras de Basto) e a Senhora do Porto (Porto D´Ave, Póvoa do Lanhoso).
No dia 15 de agosto, as seis representações da Virgem Maria irão rumar até ao Arco de Baúlhe para se juntarem à imagem de Nossa Senhora dos Remédios, concretizando-se assim, de forma inédita, a Lenda das Sete Senhoras.
Este encontro, nunca antes realizado, será um acontecimento que pretende “exacerbar a fé mariana, muito presente na região e em cada uma das comunidades que zelam estas imagens, e a união dos santuários que se prontificaram a tornar real este conto religioso”, aponta o comunicado.
Um dos objetivos principais deste evento religioso é dar continuidade ao acolhimento das sete imagens pelas restantes seis comunidades paroquiais.
E a nota prossegue: “Ao longo destes últimos anos e durante a romaria, devido à localização da Capela de Nossa Senhora dos Remédios do Arco de Baúlhe, a comunidade desta terra tem levado o andor de Nossa Senhora dos Remédios até ao local mais alto do centro da freguesia, para que, dessa forma, se estabeleça a ligação celestial, perpetuando a lenda que, deste modo, passa de geração em geração”.
“Esta lenda, de transmissão ativa no no seio popular, é, provavelmente, fomentada pelas histórias em torno da constelação da Ursa Maior e das suas sete estrelas, que foi adquirindo, ao longo dos séculos e pelas várias civilizações, diferentes significados, sofrendo uma cristianização”, conclui a nota de imprensa.