Seniores de S. Vicente “viajaram” no tempo

Mais de duas dezenas de seniores da freguesia de S. Vicente fizeram uma autêntica viagem no tempo, no decorrer de uma visita cultural ao Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, em Braga, na passada terça-feira.

O grupo foi recebido pelo monitor João Alves, que logo avisou que iria leva-los não a fazer uma visita, mas um passeio pelos corredores do Museu. A linguagem e as descrições históricas foram perfeitamente adequadas ao público em questão, destacando os achados arquelógicos mais evidentes da antiguidade bracarense. Contextualizou a história de Bracara Augusta, dando relevo aos artefactos encontrados nos vários pontos da cidade, inclusive, na freguesia de S. Vicente.

Posto isto, foram convidados visualizar um pequeno filme, que retratava algumas das peças e ruínas encontradas na nossa capital do Minho.

No início do passeio, os reformados fizeram uma viagem pela pré- história, e conheceram instrumentos de caça como o biface. De destacar, a sua surpresa pela falta de meios que os nossos “homens das cavernas” tinham no seu quotidiano. Isto permitiu-lhes perceber a evolução dos nossos tempos, seja no vestuário, ou no fácil acesso à alimentação que hoje temos.

Avançando para a época clássica, o grupo foi levado a refletir sobre o processo de lavagem da roupa. Muitos lançaram os seus palpites: “os romanos deviam lavar a roupa com cloreto, não havia SKIP”, mas tal não se sucedia, pela inexistência da substância. Curiosos, foram informados que as roupas dos grandes senhores passavam por um bizarro processo nas suas lavandarias. Primeiro eram lavadas em urina (a sua acidez era o único meio na altura para retirarem a sujidade da roupa), onde os pisoeiros escravos, pisavam as indumentárias até às nódoas saírem. De seguida, eram encaminhadas para grandes tanques onde a roupa era mergulhada numa água perfumada de pétalas de rosas.

Conheceram ainda as sepulturas romanas e algumas das profecias fúnebres, as moedas de ouro, bronze e prata, as cerâmicas, os vidros e as bijuterias que adornavam as mulheres romanas.

Na fase final, e de forma a conseguirem idealizar a rotina deste povo, foram encaminhados a verem maquetes que representavam uma cidade romana. Perceberam a dicotomia existente entre os escravos e os grandes senhores. Enquanto estes últimos se banhavam nas termas como o frigidário (água fria), tepidário (água morna) e caldário (água quente), os mais pobres foram vistos a trabalhar arduamente. Os comentários iam surgindo: “eles tratavam- se bem, até ginástica e massagens recebiam”, “coitados dos escravos sempre a trabalhar, isso ainda hoje não mudou, os pobres trabalham sempre”.

Esta visita está integrada no projeto educativo desenvolvido por Susana Ribeiro. Questionados se gostaram da visita, responderam: “Gostamos muito, estamos a conhecer coisas que nunca pensamos ver” “Agora é que percebemos o trabalho dos arqueólogos, que paciência lavar e colar pedrinha por pedrinha”.

Esta atividade teve a colaboração da Junta de Freguesia de S. Vicente e da Associação de Reformados de S. Vicente, que agradeceram a gratuitidade da visita ao Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa.

 
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