A Semana da Democracia, a decorrer em Braga de 06 a 16 de setembro, pretende ser “um exercício de cidadania ativa no combate à abstenção”, anunciou hoje a organização.
Em comunicado enviado à Lusa, o Movimento de Cidadania Contra a Indiferença, lançado em maio e que conta já com centenas de subscritores de várias áreas da sociedade civil, assumindo-se como um movimento “suprapartidário”, refere que o programa “reúne contributos de instituições e cidadãos e que se destaca pela sua capacidade mobilizadora”, incluindo debates, exposições e diálogos.
Do programa, destaque para o “Dia Aberto”, a 11 de setembro, que pretende promover um “diálogo entre eleitores e os candidatos” às eleições autárquicas de dia 26, nas sedes dos partidos e na rua, sendo que aderiram à iniciativa o PS, Livre, PSD, CDS-PP, Aliança, Iniciativa Liberal, PPM, PAN e Chega.
A organização destaca igualmente a campanha a ser lançada nos jornais Correio do Minho, Diário do Minho e no Grupo Press Minho “a favor do voto” nas próximas eleições, e de uma campanha, lançada dia 10, por “uma centena de empresários das grandes empresas do Minho” e associados da Associação Empresarial do Minho, junto dos colaboradores através de um vídeo intitulado “Nestas eleições vote. Decida por si”.
Do programa consta a apresentação do livro do professor catedrático jubilado António Cândido de Oliveira “Poder local ou Democracia Local” e ainda uma conferência do fotojornalista Alfredo Cunha.
Em declarações à Lusa, o dinamizador do Movimento de Cidadania Contra a Indiferença, Paulo Sousa, explicou que na sua génese estão, salientou, os números da abstenção registados em Portugal: “Os números oficiais, publicados após a realização de cada ato eleitoral, revelam, progressivamente, o aprofundamento do divórcio entre eleitos e eleitores, o que põe em perigo a qualidade da Democracia”, avisou.
“Entre 1975 e 2015, a abstenção nas eleições para a Assembleia da República aumentou oito vezes, atingindo os 45,5% nas Legislativas de 2019. Na ultima eleição para a presidência da República, houve mais de 60% de abstenção. Nas eleições autárquicas, apesar de serem as mais concorridas, o valor médio da abstenção é superior a 40 por cento” enumerou.
O Manifesto contra a Indiferença foi enviado aos partidos com assento na Assembleia da República, ao primeiro-ministro e ao Presidente da República.
“Esperamos que possam contribuir para transformar esta causa numa causa nacional, ajudando a alcançar o objetivo de reconciliar o país com a participação na vida pública através do exercício do direito de voto”, referiu.