Seis em cada 10 jovens passam em média 4 ou mais horas por dia na Internet

Inquérito do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências
Seis em cada 10 jovens passam em média 4 ou mais horas por dia na internet
Foto: Lusa

Seis em cada dez jovens de 18 anos passa em média quatro ou mais horas por dia a navegar na Internet, revelam hoje os resultados de um inquérito do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD).

O relatório “Comportamentos Aditivos aos 18 anos: utilização da Internet – inquérito aos jovens participantes no Dia da Defesa Nacional 2024” hoje divulgado pelo ICAD tem uma amostra de 91.989 jovens.

“A maioria (60%) dos jovens usa, em média, a Internet durante quatro horas ou mais por dia, sendo que 38% usam durante cinco horas ou mais”, indica o documento.

De acordo com as conclusões, a prevalência do uso da Internet é idêntica em rapazes (98,2%) e raparigas (99%), tendendo os rapazes a iniciar mais cedo (43% dos rapazes iniciaram antes dos 10 anos, para 33% das raparigas).

Por outro lado, as raparigas passam em média mais tempo na Internet (36% dos rapazes usam durante 5 horas ou mais, para 39% das raparigas).

O uso da Internet mantém-se numa prevalência semelhante ao longo dos anos, próxima dos 100%, sendo que, entre 2017 e 2024, a diferença é de oito pontos percentuais (pp) na percentagem de jovens que declara um início de utilização anterior aos 10 anos.

O aumento é um pouco mais expressivo no grupo das raparigas (+8pp) do que no grupo dos rapazes (+7pp).

Em sete anos, a prevalência de jovens que usam em média a Internet durante cinco ou mais horas por dia cresceu, não tendo, no entanto, “este aumento sido contínuo ao longo dos anos”.

Em 2017, 29% dos jovens declaravam estas horas de utilização, para 38% em 2024, verificando-se um aumento mais expressivo no grupo das raparigas (+8pp) do que no grupo dos rapazes (+6pp).

Os equipamentos mais usados para aceder à Internet têm sido o ‘smartphone’ e o computador portátil.

O relatório indica também que 97% dos jovens (96% dos rapazes e 99% das raparigas) de 18 anos usam redes sociais.

Segundo os dados, 36% frequentam as redes sociais em média durante quatro ou mais horas por dia e 44% durante duas a três horas. A percentagem de jovens que usam redes sociais em menos de duas horas por dia (17%) é reduzida.

As raparigas tendem a usar durante mais tempo (15%), enquanto os rapazes (12%) menos, quando se trata de uma utilização mais prolongada das redes sociais (seis horas ou mais por dia).

O ICAD sustenta que, a partir de 2015, tem-se assistido, a um incremento da implementação das redes sociais já generalizado entre os jovens de 18 anos no primeiro ano de aplicação do inquérito.

Em relação ao jogo ‘online’, 61% dos jovens de 18 anos (83% dos rapazes e 38% das raparigas) admitiram que jogam.

Os rapazes tendem a jogar durante mais horas por dia, realçando que 10% dos rapazes (12% dos jogadores) jogam seis ou mais horas por dia, para 2% das raparigas (5% das jogadoras).

Verificou-se ainda que 17% dos jovens de 18 anos (28% dos rapazes e 5% das raparigas) fazem apostas ‘online’.

Os rapazes tendem a jogar durante mais horas por dia – 3% dos rapazes (11% dos jogadores) jogam 6 ou mais horas por dia, para 0,4% das raparigas (8% das jogadoras).

Também 80% dos jovens de 18 anos (72% dos rapazes e 88% das raparigas) fazem pesquisas ‘online’ a ler ou estudar – 29% (36% dos utilizadores) pesquisam até uma hora por dia e 32% (40% dos utilizadores) pesquisam entre duas e três horas.

Nesta atividade, as raparigas tendem a mencionar um pouco mais uma utilização mais intensiva (seis ou mais horas por dia) – 4% dos rapazes (6% dos utilizadores) permanecem este tempo a pesquisar por dia, para 9% das raparigas (10% das utilizadoras).

Sobre os problemas associados à utilização da Internet, 36% dos jovens mencionaram ter já experienciado problemas de rendimento na escola/trabalho; problemas de saúde que motivaram assistência médica; problemas com comportamentos em casa; problemas financeiros; atos de violência ou conduta desordeira; relações sexuais sem preservativo; e situações de mal-estar emocional.

 
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