Uma segurança apertada ao diretor-geral dos Serviços Prisionais, Celso Manata, foi a nota dominante esta sexta-feira durante a deslocação à cidade de Braga daquele magistrado do Ministério Público.
Para além dos guarda-costas que acompanham diretamente Celso Manata, quer agentes da PSP trajando à paisana, quer um carro-patrulha e também uma equipa da Esquadra de Intervenção do Comando Distrital da PSP mantiveram-se na Avenida Artur Soares e nas imediações da Cadeia Regional de Braga, na zona de Monte Castro, da freguesia de São Vicente, em Braga, antes e durante a visita da comitiva àquele estabelecimento prisional.
Este dispositivo de segurança contrastou mesmo com todos os outros atos em que esteve a governante que tutela diretamente as prisões, a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro, onde somente no encontro com o dirigente Celso Manata, na Cadeia Regional de Braga, foi visível o aparato policial, mas por causa de Celso Manata.
O momento de tensão que se vive em algumas prisões, como na Penitenciária de Lisboa, onde este sábado se registou um princípio de motim e alegadamente relacionado com as consequências da greve dos guardas prisionais estarão na origem do reforço da segurança ao diretor-geral Serviços Prisionais.
A situação na Penitenciária de Lisboa levou mesmo à deslocação do Grupo de Intervenção de Segurança Prisional (GISP), este sábado, mantendo-se preventivamente um pelotão do mesmo corpo especial dos Serviços Prisionais ao longo deste domingo.
Celso Manata, recorde-se, foi alvo de contestação, insultos e ameaças durante uma vigília de guardas-prisionais, em Lisboa, tendo sido lançados ovos contra o seu carro oficial, um acontecimento do qual se demarcaram os próprios sindicatos do setor, mas a partir daí as escoltas ao diretor-geral dos Serviços Prisionais têm vindo intensificar-se desde essa data, 2 de outubro passado, quando a PSP implementou um forte dispositivo e cortou o trânsito.
O único alto dirigente do Estado assassinado em Portugal, depois do 25 de abril de 1974, foi precisamente o diretor-geral dos Serviços Prisionais, Gaspar Castelo Branco, abatido a tiro quando tinha acabado de dispensar a sua segurança, em 1986, alegadamente por um comando das Forças Populares 25 de Abril (FP-25) com cumplicidade nunca esclarecidas.
Celso Manata, procurador-geral adjunto do Ministério Público, especialista nos domínios jurídicos da família e dos menores, ocupa pela segunda vez este cargo, em comissão de serviço, desde janeiro de 2016, depois de ter desempenhado as mesmas funções entre os anos de 1996 e de 2001, quando foram ministros da Justiça António Costa e Vera Jardim.