As raparigas e mulheres que não escolherem as áreas da tecnologia e da informação “terão o futuro condicionado”. O alerta foi deixado hoje pela coordenadora do Gabinete da Igualdade do Ministério da Defesa Nacional e Chair Committee on Gender Perspetives da NATO, tenente-coronel Diana Morais, que falava na sessão comemorativa do Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, que decorreu na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC).
A militar, natural de Viana do Castelo, começou por assumir que é preciso agir. “Se não fizermos nada vamos continuar a perpetuar as desigualdades de género”, assegurou Diana Morais, deixando uma mensagem de incentivo, sobretudo, às alunas do 9.º ano ao 12.º ano das escolas parceiras do projeto PRR-BAITS-IPVC, que marcaram presença na sessão comemorativa. “Não podemos ser aquilo que não vemos. Nós podemos fazer tudo o que quisermos ser. Somos capazes de tudo, só temos que ter confiança”, desafiou a Tenente-Coronel, admitindo que “é preciso mudar mentalidades”.
Para a tenente-coronel, a estratégia de comunicação, educação e formação, mentoria, sponsorship, role models e medidas de âmbito da conciliação têm que ser tidas em conta em todas as empresas e instituições.
Durante a palestra, Diana Morais falou ainda sobre a atividade nos dois Comités que integra e o que a levou a decidir o seu percurso académico e profissional. No encontro, a Tenente-Coronel partilhou com os estudantes presentes os desafios que enfrentou com as suas escolhas vocacionais e profissionais e deixou sugestões que considera importantes para as questões da promoção da igualdade de género nas escolas. Os desafios como mulher, na conciliação da vida profissional, familiar e pessoal também foram tema de debate.
Politécnico de Viana do Castelo tem tido “papel ativo” na igualdade de género
Na sessão de abertura, o presidente do IPVC, Carlos Rodrigues, destacou o papel ativo que a instituição tem tido para que se desmitifique o acesso aos cursos de engenharia tradicionalmente frequentados por um público mais masculino. Destacou ainda os diversos projetos em que a instituição está envolvida assim como a estratégia a ser desenvolvida para os próximos anos.
Apesar do estigma de existirem profissões mais para homens e profissões mais para mulheres ainda perdurar, Carlos Rodrigues garantiu que a questão do acesso ao ensino superior “está resolvida”. No entanto, na questão da liderança “ainda há muito por fazer”. “Já começamos a trabalhar nesse sentido e já estamos muito melhor, mas ainda não está resolvido”, sublinhou o presidente do Politécnico de Viana do Castelo. Carlos Rodrigues deixou ainda uma mensagem a todos os estudantes presentes: “o vosso futuro será muito melhor quanto mais mulheres chegarem a estas profissões”.
Ainda durante a sessão, a pró-presidente do IPVC, Sofia Rodrigues, destacou o trabalho que o IPVC vai fazer no âmbito do projeto BAITS-IPVC. Foram ainda apresentados testemunhos de estudantes e de diplomadas do IPVC em Engenharias e TIC, a exercer profissões no Alto Minho nestas áreas de formação assim como de investigadoras da instituição nessas áreas.
Testemunhos que lançam o desafio a futuras candidatas que pretendam estudar nestas áreas e que estão indecisas devido a fatores ainda enraizados na sociedade. Relatos na primeira pessoa que vêm desmitificar que não há só profissões para homens ou só para mulheres.
A sessão terminou com uma tertúlia, que teve como moderadoras Teresa Gonçalves, Pró-Presidente para a Inovação Pedagógica, e Ana Teresa Oliveira, Coordenadora para a Igualdade no IPVC, e que contou também com a participação da Tenente-Coronel Diana Morais.
Esta sessão, que esteve integrada no programa Alto-Minho Ser + Igual- promoção da Igualdade nas Escolhas Vocacionais, contou com a presença de estudantes e diplomadas/os do IPVC e estudantes do 9.ºano ao 12.ºano de escolas parceiras do projeto PRR-BAITS-IPVC (Agrupamento de Escolas de Monserrate, EPRAMI, ETAP, EPRALIMA).